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Menor ação das escolas reduziu adesão à vacina de HPV, diz ministério
 
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16/06/2016

Menor ação das escolas reduziu adesão à vacina de HPV, diz ministério

Vacina previne contra câncer do colo do útero e verrugas genitais

A vacinação contra HPV no Brasil chegou a ter uma adesão de 92,3% entre 2014 e 2015, logo depois de entrar para o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. Isso ocorreu na primeira “leva” de vacinação, quando o público-alvo eram meninas de 11 a 13 anos. Desde que passou a incluir meninas de 9 a 11 anos, em março do ano passado, porém, a adesão caiu muito e o Ministério da Saúde atribui a queda, em grande parte, ao fato de muitas escolas terem deixado de se envolver com a questão.

Até março deste ano, apenas 69,5% das meninas dessa faixa etária tinham tomado a primeira dose da vacina. Quanto à segunda dose, a adesão foi ainda pior: só 43,73% do público-alvo foi atingido. “Não temos dúvida de que sair da escola foi o motivo da queda”, disse a coordenadora do PNI Carla Domingues durante um evento que reuniu representantes de sociedades médicas e do Ministério da Saúde nesta quarta-feira (15) em São Paulo.

Com menos da metade do público-alvo vacinado, não ocorre o chamado efeito rebanho, quando outros grupos não vacinados são protegidos indiretamente por causa da imunização de um segmento específico

“A experiência não só do Brasil, mas de outros países, mostra que a estratégia de vacinar na escola é exitosa”, afirmou Carla. “Estamos trabalhando agora para fazer com que os municípios voltem a trabalhar com essa estratégia.”

Desde a introdução da vacina no SUS, o Ministério da Saúde reforça a importância de a vacina ser dada nas escolas, porém não se trata de uma obrigação: cada estado e cada município tem autonomia para adotar ou não a estratégia. “A gente sempre recomenda, mas realizar ou não depende de cada município”, disse a especialista do ministério.

A queda da adesão à vacina, cujo principal objetivo é prevenir contra o câncer do colo do útero, é especialmente preocupante porque, com menos da metade do público-alvo vacinado, não ocorre o chamado efeito rebanho (quando outros grupos não vacinados são protegidos indiretamente por causa da imunização de um grupo específico). “Desta forma, mulheres mais velhas [fora do público alvo] não são beneficiadas. Não posso me contentar com essa cobertura”, afirmou Carla.

Falta de expertise em vacinação nas escolas

Para a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, o Brasil não tem o hábito nem a expertise em fazer vacinações rotineiras na escola. “É preciso acontecer uma boa conversa entre educação e saúde”, disse. Segundo ela, num primeiro momento da vacinação contra HPV, os municípios interpretaram a orientação para que as escolas participassem da vacinação como uma ordem e colocaram em prática a estratégia.

Mas, em muitos locais, não existe uma estrutura para realizar a vacinação. “Isso fez com que, na segunda dose, alguns municípios desanimassem”, afirma a especialista. Outro motivo que levou algumas escolas a deixarem de vacinar foi o caso de um grupo de meninas de uma escola de Bertioga, que relataram terem tido reações após a vacina . Depois que elas se recuperaram, a conclusão foi que se tratava de um caso de ansiedade pós-vacinação.

“Vivemos em um mundo judicializado em que a escola privada prefere não dividir essa responsabilidade. É preciso trabalhar mais com o educador para que ele se sinta mais confortável para isso. Na Austrália e Europa, isso é rotina para várias vacinas”, afirmou Isabella.

Outro motivo alegado por quem se opõe à vacinação é a alegação de que ela poderia estimular um início precoce da vida sexual. “Vamos tirar esse carma da vacina do HPV. Uma das primeiras vacinas que se toma quando se nasce é contra uma doença sexualmente transmissível: a hepatite B”, lembra a médica.

Entenda a vacina

A vacina contra HPV, que começou a fazer parte do Programa Nacional de Imunizações em 2014, está disponível para meninas de 9 a 13 anos. Mulheres com HIV entre 9 e 26 anos também têm direito a se vacinar gratuitamente.

O papilomavírus humano (HPV) é um vírus que pode causar câncer do colo do útero e verrugas genitais. Ele é altamente contagioso, e a sua transmissão acontece principalmente pelo contato sexual.

A vacina distribuída no SUS é quadrivalente, ou seja, protege contra quatro tipos de HPV: o 6, o 11, o 16 e o 18. Dois deles (o 6 e o 11), estão relacionados com o aparecimento de 90% das verrugas genitais. Os outros dois (o 16 e o 18) estão relacionados com 70% dos casos de câncer do colo do útero.

Além da vacina, a prevenção contra esse tipo de câncer também continua envolvendo o exame Papanicolau, que identifica possíveis lesões precursoras do câncer que, tratadas precocemente, evitam o desenvolvimento da doença.


Autor: Mariana Lenharo
Fonte: G1

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