Em evento realizado na quarta-feira (29), o Hospital Moinhos de Vento em parceria com a ONG Doutorzinhos lançou uma nova campanha. O objetivo é incentivar o cadastramento no banco de doação de Medula Óssea e, principalmente, reforçar a importância de manter os dados atualizados. A atitude pode salvar vidas de pacientes com doenças hematológicas como leucemias e linfomas. Para se cadastrar no banco de Medula óssea, basta ir ao Hemocentro de sua cidade ou região. O Hospital Moinhos de Vento não realiza esse processo.
A atividade integra as comemorações de um ano do Centro de Terapia Hematológica do Serviço de Oncologia do Hospital Moinhos de Vento. A unidade é especializada em doenças onco-hematológicas, incluindo transplantes de Medula Óssea. Durante o período, foram realizados 17 transplantes. Para marcar a data, uma atividade científica será realizada nos dias 01 e 02 de julho. A programação completa pode ser conferida no site www.iepmoinhos.com.br/eventos.
A responsável pelo centro, Claudia Caceres Astigarraga, acompanha a luta de pacientes há 20 anos em diferentes países. “Não importa se é no Brasil ou em outro local. A única maneira de encontrar esses doadores compromissados com a causa e com a vontade de viver desses pacientes é através do cadastro atualizado”, ressalta, lembrando que o Brasil tem o terceiro maior banco de doadores de Medula Óssea do mundo, ficando atrás somente dos Estados Unidos e da Alemanha.
O presidente da ONG Doutorzinhos, Mauricio Bagarollo, reforça a importância da atualização do cadastro na cura para portadores de leucemia e de algumas outras doenças do sangue. “Acompanhamos o caso de uma paciente que precisava realizar um transplante. No cadastro nacional, foi encontrado um doador compatível, mas seus dados estavam desatualizados. Infelizmente, ele foi encontrado muito tarde, e a paciente já tinha falecido”, lembra o coordenador do grupo de palhaços voluntários que disseminará a campanha através de ações em escolas, instituições de saúde e empresas.
O cadastro é global. Por isso, é importante manter os dados atualizados. Para fazer isso, basta ligar para (21) 3207-1580 - INCA, no menu REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). A organização oferece ainda a opção "ligação a cobrar", para que o doador não tenha custos ao alterar o cadastro. A atualização de dados também pode ser feita pelo site www.inca.gov.br .
A campanha conta com o apoio do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Hospital da Criança Santo Antônio, Santa Casa de Misericórdia, Sociedade Brasileira de Dermatologia Secção RS, ONG Cabelaço, Estúdio Tonello e RBG Comunicação Gráfica. A cerimônia, realizada no Anfiteatro Schwester Hilda Sturm, contou com a presença de pacientes, do corpo clínico e colaboradores do hospital e representantes de entidades parceiras da ação.
Confira a campanha: https://goo.gl/DCvffq.
Passo a passo para se tornar um doador
- Quem pode doar
Pessoas entre 18 e 55 anos de idade em bom estado de saúde;
Atualização de dados
Qual o primeiro passo para o doador quando ele encontra um receptor compatível?
O doador passa por um exame clínico para certificar seu bom estado de saúde. Não há exigências quanto às mudanças de hábitos de vida, trabalho ou alimentação.
- Como é feita a doação
A modalidade de doação mais comum é a feita a partir do sangue periférico do doador. O doador toma um remédio durante cinco dias para aumentar a produção de células-mãe. O sangue é então filtrado por uma máquina que retira as células e as devolve do sangue para as veias. Em geral, o processo de coleta dura de quatro a seis horas. Os efeitos colaterais do medicamento são dores no corpo, solucionadas com um analgésico.
Outra modalidade de doação, hoje realizada em uma minoria de casos, envolve a coleta pelo osso da bacia, realizada com agulha, através de uma punção na região pélvica. O procedimento dura 90 minutos e é feito com anestesia. O doador fica um dia em observação após o término do procedimento. Como efeito, os doadores podem sentir dor no local da inserção da agulha semelhante à de uma injeção, que regride em uma semana.
- Posso desistir do processo após encontrar um receptor compatível?
Como um voluntário, o doador de Medula Óssea não tem obrigação legal de realizar a doação. Sendo assim, a desistência é possível. Entretanto, o doador deve ter a consciência de que se a decisão for tomada tardiamente poderá comprometer a vida do seu receptor.