O relato de uma mãe que encontrou fraldas aparentemente mofadas em um pacote recém aberto se espalhou pelo Facebook, gerando apreensão em pais sobre os riscos aos quais as crianças podiam estar expostas. O texto publicado na semana passada pela jornalista Renata Pinheiro, do Rio de Janeiro, superava 134 mil compartilhamentos na tarde desta quarta-feira. A Huggies, marca citada por ela, também se manifestou pela rede social — conforme a empresa, foram realizados testes que atestaram que o problema encontrado não causa danos à saúde dos bebês.

Na postagem, a jornalista afirma que a filha apresentava pequenos pontos vermelhos na pele. Quando ela foi colocar na menina a fralda recém tirada do pacote, que estava dentro do prazo de validade, encontrou "muitos bichos, o forro das fraldas (estava) com mofo, e o gel, duro feito pedra". "Na mesma hora, tirei a fralda que tinha acabado de colocar nela, dei banho, lacrei o pacote que estava com bichos e fui ao hospital. Minha filha foi medicada, examinada e graças a Deus está tudo bem", contou no post.

Conforme Renata, um advogado a orientou a fazer uma notificação à empresa, e um representante da marca levou a ela dois pacotes iguais. "Por curiosidade (...), abri um dos pacotes que o representante trouxe, e estava de novo com o forro mofado, e começando a dar bicho", escreveu.

A resposta da Huggies foi dada pela diretora de cuidados para bebês. Priya Patel salientou que a equipe recebeu fraldas enviadas por Renata e encaminhou-as para análise: "os testes técnicos realizados indicaram oxidação do polímero, o gel super absorvente das fraldas, apresentando o aspecto de escurecimento e de pontos pretos no produto, podendo ser confundidos com 'bichos'".

A Huggies ainda disse que a oxidação pode ocorrer em condições específicas, quando o produto é exposto a alta umidade e temperatura elevada. "Submetemos fraldas com essas características a testes toxicológicos e dermatológicos — realizados em laboratórios externos, independentes e renomados — que atestam que a oxidação do polímero não causa nenhum dano à saúde do bebê", diz o comunicado.

Problemas devem ser informados às marcas, diz pediatra

Membro da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, o médico Benjamin Roitman orienta os pais que encontraram problemas como o relatado por Renata a informar a marca responsável, para que seja feito o recolhimento do produto das prateleiras do comércio.

— Certamente, uma fralda com mofo não deve ser usada. A criança pode ter assadura, micose, alergia. Mas é uma coisa tópica, fácil de ser tratada — ressalta.

A dica de Roitman é sempre cuidar, de forma geral, os produtos de higiene utilizados nas crianças.

— A umidade pode causar fungos, mas isso é uma coisa rara — diz o pediatra, acrescentando que também é comum bebês não se adaptarem a determinado tipo de produto, devido ao gel ou ao plástico.