A rotina de muitas famílias tem se alterado em função da recessão econômica. Alimentação, serviços, lazer, tudo é impactado e afeta a qualidade de vida das pessoas, que acabam deixando de lado produtos e serviços.

A economista Claudia Lemos, diretora geral da Unicred Integração, explica que a concessão de crédito e as possibilidades de parcelamento também diminuem quando a economia está em baixa. A taxa de juros elevada refreia a economia, estabelecendo-se um círculo vicioso em vez do virtuoso, que é o almejado. A inflação afeta diretamente o consumidor e tem maiores reflexos em quem dispõe de um poder aquisitivo reduzido. “Os impostos indiretos sobre os produtos têm o mesmo custo para todos, mas seu preço impacta de forma mais significativa os menores orçamentos”, informa. Assim, na hora das compras o foco tem se voltado aos itens de primeira necessidade, e abriu-se espaço para iniciativas como reaproveitar gêneros e fazer as refeições em casa, quando o ato representa menores custos.

Para amenizar os efeitos de gastos fixos como água e energia, a dica da profissional é utilizar-se do conforto que proporcionam sempre com consciência e sem exageros. Pensar em economia ainda pode levar a descobertas interessantes, como a possibilidade de profissionais compartilharem escritórios de coworking para não precisar arcar com os custos de sedes próprias. Outras formas de buscar a economia são repensar os momentos de lazer, buscando opções mais baratas, e fazer alguns dos serviços pelos quais antes pagava. Além disso, é indicado sempre manter uma reserva, lembrando-se da questão da previdência. “Tornou-se obrigatório pensar no futuro e guardar dinheiro para o período de aposentadoria”, alerta.

Buscar o equilíbrio

De acordo com a economista, é possível adequar-se ao momento com qualidade de vida ao elencar prioridades e controlar os gastos. “A receita econômica é sempre buscar o equilíbrio”. Estabelecer ou manter um planejamento financeiro com disciplina também é fundamental, para poder suprir momentos de baixa e se reestruturar. Os gastos devem ser redimensionados de acordo com o rendimento atual, evitando usar o dinheiro de terceiros, devido aos juros. Se necessário, é possível procurar alternativas menos onerosas do que cartões e cheques especiais, como créditos pessoais mais baratos.

Para quem já contraiu dívidas, a orientação é priorizar os pagamentos com juros mais elevados, e readequar gastos futuros para liquidá-las o quanto antes. Quando possível, é importante antecipar as liquidações para evitar as multas e, principalmente, os juros de inadimplência, que só pioram as situações.

Outra resposta ao cenário econômico é o desemprego, um índice que, segundo Claudia, é o último a subir e também o último a recuperar-se. Para quem busca uma nova oportunidade, a profissional indica manter as esperanças, pois o mercado ainda apresenta escassez de talentos e sempre há áreas que crescem na crise, pelo enfoque em novas possibilidades. ”É momento de buscar o bem-estar físico e psicológico para poder voltar para o mercado”, acredita. Claudia ressalta que as dificuldades sempre trazem aprendizados, e que uma tendência de melhora na economia já é projetada para o segundo semestre de 2017.

Claudia Lemos

Economista formada pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel), a diretora geral da Unicred Integração atua na área de finanças, cooperativismo, governança corporativa e suas práticas. Claudia é mestranda em Economia na Unisinos e possui especialização em Gestão de Cooperativas de Crédito pela Unisul, em Mercado de Capitais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e em Gestão Empresarial pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). A profissional ainda possui experiência na área da docência e é conselheira independente pela Fundação Dom Cabral.

Unicred Integração

A instituição financeira cooperativa Unicred Integração foi criada em 2013, a partir da junção de três cooperativas já existentes: Unicred Nordeste – RS, com sede em Caxias do Sul, Unicred Litoral Sul, com sede em Rio Grande, e Unicred Pelotas. A cooperativa possui mais de oito mil cooperados e 10 Unidades de Negócios localizadas em Caxias do Sul, Farroupilha, Garibaldi, Bento Gonçalves, Vacaria, Pelotas (Barroso e Lobo da Costa), Rio Grande, São Lourenço do Sul e Santa Vitória do Palmar. Sua atuação abrange 46 municípios do Rio Grande do Sul.