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Idade do jovem e o risco para o alcoolismo
 
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24/09/2009

Idade do jovem e o risco para o alcoolismo

Ingestão na idade precoce pode favorecer a expressão genética para a dependência ao álcool

O estudo analisou gêmeos para verificar os fatores genéticos e ambientais no consumo de álcool

A idade que uma pessoa toma sua primeira bebida alcoólica pode influenciar os genes relacionados ao alcoolismo, tornado os jovens mais suscetíveis a problemas severos.

Uma equipe de pesquisadores, da Universidade de Washington, Escola de Medicina em St. Louis, Estados Unidos, estudou 6.257 adultos da Austrália. Eles quiseram verificar se gêmeos que começam a beber a uma idade precoce são mais prováveis de desenvolverem uma forma hereditária de dependência ao álcool que os que começam a beber mais tardiamente. Os investigadores encontraram que os que consumiram álcool mais jovens obtiveram maior risco para dependência ao álcool com um papel mais proeminente de fatores genéticos.

"O estudo sugere haver uma maior influência genética nesses que tomaram a primeira bebida alcoólica a uma idade mais jovem” diz Arpana Agrawal, Ph.D, autora principal do estudo. "O que é muito consistente com o que foi predito na literatura e na classificação dos tipos de dependência ao álcool, mas nós apresentamos um teste de hipótese ímpar".

Agrawal e colegas examinaram dados previamente coletados de gêmeos idênticos, de ambos os gêneros, usando métodos estatísticos para medir até que ponto a idade ao início do consumo de bebida alcoólica mudou o papel das influências hereditárias nos sintomas da dependência ao álcool. Usando o modelo de gêmeos, eles puderam associar as influências genéticas, ambientais compartilhadas e fatores ambientais não-compartilhados.

A equipe de Agrawal verificou que os gêmeos que começaram a consumir álcool mais precocemente, os fatores genéticos contribuíram tão significativamente para o risco à dependência ao álcool, a taxas tão altas quanto 90%. Para os que começaram a consumir álcool em idades mais avançadas, os genes tiveram um papel explicativo muito menor, e os fatores ambientais que tornaram os gêmeos diferentes um do outro, como os eventos da vida, foram proeminentes.

Os gêmeos que participaram do estudo tinham entre 24 e 36 anos de idade quando foram entrevistados, mas alguns informaram que ingeriram a primeira bebida alcoólica até na idade de 5 ou 6 anos. Os investigadores encontraram que os que tinham 15 ou menos quando começaram a ingerir bebidas alcoólicas tenderam a ter um maior risco genético para dependência ao álcool. Alguns que tinham 16 ou mais quando consumiram a primeira bebida se tornaram dependentes ao álcool, mas a dependência foi mais relacionada aos fatores ambientais.

"Nós não temos dados da expressão genética neste estudo, mas nós pudemos lançar a hipótese de que a exposição precoce ao álcool de alguma maneira modifica o cérebro em desenvolvimento", comenta Agrawal. "Particularmente, a frequencia e a intensidade da ingestão ao álcool precocemente podem influenciar a expressão genética e podem contribuir para resultados mais severos. Nossa pesquisa não pôde provar essa hipótese, mas é algo que a neuroimagem e o estudo da expressão genética certamente deveriam investigar".

Outra possibilidade é que o consumo precoce do álcool expõe os adolescentes a certas influências do ambiente, como a participação em grupos que de alguma maneira aumenta as influências genéticas que contribuem para o risco da dependência ao álcool.

"Algo sobre começar a consumir álcool a uma idade precoce expõem as pessoas jovens ao risco para problemas posteriores associados com a dependência", diz Agrawal. "Nós continuamos investigando os mecanismos, mas encorajar os jovens a demorar mais para iniciar o consumo ao álcool pode ajudar".

"Alguns que começam a consumir álcool precocemente não desenvolvem problemas de dependência e alguns que começam a ingerir mais tardiamente apresentam problemas - nós estamos trabalhando para descobrir esses motivos, mas é importante notar que este é um fator de risco entre muitos e não determina se uma pessoa vai, ou não vai, desenvolver dependência ao álcool" comenta Agrawal, professora assistente do Departamento de Psiquiatria. "Mas idade da primeira bebida alcoólica é um fator de risco famoso, e houve duas hipóteses principais. Os fatores genéticos e ambientais contribuem ao risco para a dependência ao álcool e à probabilidade de uma pessoa consumir a primeira bebida em idade mais precoce. Uma segunda hipótese sugere que iniciar a beber a uma idade mais jovem mostra uma influência da dependência ao álcool que é independente desses fatores compartilhados. Nossos resultados sugerem que pode haver um pouco de verdade em ambas as hipóteses".

Agrawal diz que estudar gêmeos oferece as vantagens de tentar conhecer as influências genéticas e ambientais na dependência ao álcool. Desde que os gêmeos idênticos apresentam 100% de similaridade de seus DNAs, as diferenças no comportamento de consumir álcool entre o par de gêmeos tendem a vir de fatores ambientais. Semelhanças entre os gêmeos idênticos tendem a ser influenciadas por fatores genéticos e ambientais relacionados à família.

“Particularmente, gêmeos idênticos nos oferecem a oportunidade para estudar a experiência natural perfeita de indivíduos geneticamente idênticos cujas trajetórias do consumo do álcool são modificadas e compartilhadas de uma maneira única" explica a pesquisadora. "Eles são importantes no estudo de comportamentos complexos, como o consumo de álcool”.

Os resultados de estudo serão publicados em dezembro, na revista Alcoholism: Clinical & Experimental Research, mas o resumo está disponível on-line: http://www3.interscience.wiley.com/journal/122600955/abstract

Tradução: Equipe SIS.Saúde
 


Autor: Jim Dryden
Fonte: Universidade de Washington

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