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Taxas de transtornos mentais atingem a maioria da população
 
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25/09/2009

Taxas de transtornos mentais atingem a maioria da população

Depressão, ansiedade e abuso de substâncias podem afetar muito mais pessoas que previamente se acreditava

Até 60% das pessoas podem apresentar transtornos mentais alguma vez ao longo da vida, segundo estudos

Alguns transtornos mentais não são meramente comuns, eles são a norma.

Depressão, transtornos de ansiedade, dependência ao álcool ou à maconha afetam aproximadamente duas vezes mais pessoas do que previamente foi calculado, de acordo com resultados de estudos novos. Quase 60% da população experimenta um desses transtornos mentais pelo menos até a idade de 32 anos, afirmam Terrie Moffitt e Avshalom Caspi, pesquisadores e psicólogos da Universidade de Duque, em Durham, Inglaterra.

Em um estudo publicado on-line, em setembro, na Psychological Medicine, Moffitt e Caspi apresentaram os resultados de um estudo com mais de 1.000 pessoas da Nova Zelândia, avaliativo da prevalência de transtornos mentais entre as idades de 3 e 32 anos. O método utilizado foi prospectivo, acompanhando as pessoas ao longo de seu desenvolvimento, avaliando taxas de prevalência baseadas em dados em longo prazo. A equipe de Moffitt focalizou o período entre as idades de 18 a 32 anos, quando esses transtornos começam a se desenvolver.

A metade dos diagnósticos realizados no estudo foi de transtorno mental em um período relativamente curto, ou em um único episódio. Moffitt considera esses casos sérios, pois sintomas em curto prazo frequentemente podem conduzir a problemas mais severos, tal como as tentativas de suicídio.

Entre os participantes do estudo com 32 anos de idade, Moffitt e colegas verificaram que a taxa de prevalência foi de 50% para os transtornos de ansiedade, 41% para a depressão, 32% para a dependência ao álcool e 18% para a dependência à maconha. Os participantes que desenvolveram um desses transtornos tenderam a experimentar outros, inclusive os transtornos alimentares menos comuns.

Outro estudo realizado em longo prazo, com 1.400 crianças e adolescentes da Carolina do Norte, Estados Unidos, encontrou taxas de transtornos mentais comparáveis às informadas pela equipe de Moffitt, de acordo com o psicólogo Jane Costello, pesquisador principal do estudo. Esses dados ainda serão publicados.

Em função de o trabalho estar sendo intensificado para que uma nova versão do manual do diagnóstico de transtornos mentais (DSM) seja publicada até o ano de 2012, Moffit diz que os novos achados indicam que a estimativa de transtornos mentais sérios é muito baixa e não muito alta. Esse manual é usado como o padrão de classificação de transtornos mentais em alguns países e é publicado pela Associação Psiquiátrica Americana.

Segundo Moffitt, alguns pesquisadores querem ampliar as definições desse Manual, incluindo casos não periódicos. Outros querem estreitar as definições para evitar a classificação de transtornos emocionais temporários como doenças mentais.

Jerome Wakefield, professor de assistência social da Universidade de Nova Iorque, Estados Unidos, acredita que ampliar as definições desse manual “seja uma patologização da população inteira, possibilitando um aumento da medicação da nossa sociedade”.

O professor Kessler, da Universidade de Harvard discorda. Os transtornos mentais, como doenças físicas, percorrem de moderado para severo. Dados de pesquisa nacionais registradas ao longo do tempo indicam que episódios relativamente moderados ou breves de depressão e fobias específicas, frequentemente precedam a transtornos mentais mais sérios ao longo da vida, segundo observação de Kessler.

“Não é surpreendente que 99,9% da população apresente algum tipo de doença física em algum momento de suas vidas ou que a maioria das pessoas estejam em conformidade com critérios para uma doença mental em algum momento de suas vidas”, diz Kessler. O alarme sobre a alta taxa de prevalência para os transtornos mentais, em grande parte, reflete o estigma sobre essas condições, comenta o pesquisador.

Kessler recomenda que DSM-V, diferentemente da versão atual, distinga entre formas suaves, moderadas e severas da depressão maior, por exemplo.

Adaptação: Equipe SIS.Saúde


Autor: Bruce Bower
Fonte: Science News. Disponível em: http://www.sciencenews.org

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