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A prevalência de abuso sexual em crianças é maior do que se acredita
 
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25/09/2009

A prevalência de abuso sexual em crianças é maior do que se acredita

Estudo, incluindo 22 países do mundo, encontrou dados alarmantes, mostrando que é um problema de saúde pública

Um estudo administrado internacionalmente confirma que o abuso sexual em crianças é um problema muito mais difundido que previamente se acreditava, colocando em foco a necessidade de levar em conta de forma mais criteriosa esse problema de saúde pública. Pois, o abuso sexual em criança pode ser considerado como um dos problemas de saúde pública mais sério que enfrentam as sociedades contemporâneas, atingindo principalmente crianças e pessoas jovens.

O estudo foi realizado por Noemí Pereda e colaboradores, da Universidade de Barcelona, Espanha, e fui publicado na revista Clinical Psychology Review, em junho de 2009. O estudo empreendido foi uma meta-análise da prevalência do abuso sexual em crianças com a finalidade de estabelecer um panorama internacional global.

Para tanto, foram pesquisados estudos em vários bancos de dados eletrônicos (Psycinfo, Medline, Science Citation Index, Social Sciences Citation Index e Web of Science). Foram adotados os seguintes critérios de inclusão para os estudos: objetivo principal ou secundário de determinar a prevalência de abuso sexual em crianças; utilização de amostras não-clínicas; informação sobre a prevalência de abuso sexual em crianças separadamente para homens e mulheres; e informação sobre dados suficientes para determinar a prevalência correspondente ao tamanho de amostra. Então, foi realizada uma análise detalhada considerando os efeitos das variáveis moderadoras.

Foram incluídos para análise 65 artigos originais em consonância com os critérios de inclusão. O que totalizou a população de 22 países, compreendendo países da América, Ásia, África, Europa e Oceania.

A análise demonstrou que 7,9% dos homens e 19,7% das mulheres tinham sofrido alguma forma de abuso sexual antes da idade de dezoito anos.

A taxa de prevalência mais alta de abuso sexual em criança foi verificada na África (34,4%), representada por Marrocos, Tanzânia e, principalmente, a África do Sul. Na Europa, incluindo muitos países diferentes (por exemplo, a Espanha, Finlândia), a taxa de prevalência foi mais baixa (9,2%) que em outros continentes. Finalmente, a América, Ásia e Oceania apresentaram taxas de prevalência entre 10,1 e 23,9%.

Assim, o abuso sexual em crianças é um problema sério nos vários países do mundo. Os pesquisadores comentaram que os resultados obtidos no estudo confirmam que a experiência de abuso sexual em crianças é um problema de magnitude considerável em todas as sociedades analisadas. Embora os dados epidemiológicos dos estudos revisados não habilitam a encontrar uma taxa de prevalência definitiva, essa limitação do estudo não deve ser usada para subestimar a seriedade do problema revelado pelos dados apresentados.

Outra questão levantada pelos pesquisadores é que as diferentes taxas de prevalência, observadas entre os continentes, podem indicar que certas sociedades são caracterizadas por maior aceitação social do problema, assim, ajudando as vítimas a relatarem as suas experiências. Alternativamente, essas diferenças podem também responder por reais diferenças na ocorrência do abuso sexual em crianças. “As características do estudo não habilitam uma única explicação a ser estabelecida”. “Realmente, a existência de abuso sexual parece ser relacionada à área avaliada, pois, a maior prevalência é verificada em certas áreas”, comentam os pesquisadores.

Tendo em vista que o abuso sexual em crianças é, na maioria dos casos, uma experiência traumática que interfere com o desenvolvimento da vítima e tem repercussões negativas para seu bem-estar físico e psicológico em curto e longo prazo, há uma necessidade de estudos que levantem taxas de prevalência imparciais para que cada país possa desenvolver estratégias preventivas de saúde, concluem os autores.

Referência

PEREDA, N. et al. The prevalence of child sexual abuse in community and student samples: A meta-analysis. Clinical Psychology Review, v. 29, n. 4, p. 328-338, Jun. 2009.


Autor: Marli Appel - Equipe SIS.Saúde
Fonte: Vide referência

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