Um dia inteiro de interação, troca de experiências e atualização. Assim foi a 2ª Jornada de Farmácia Hospitalar, realizada pelo Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (SINDIHOSPA). Organizado pelo Comitê de Farmácia da entidade, o evento contou com a participação de cerca de 200 pessoas, entre farmacêuticos, enfermeiros, médicos, estudantes e profissionais da área da saúde. A atividade ocorreu esta quinta-feira (27), no Hotel Sheraton.

Durante a programação, convidados de hospitais de Porto Alegre e de outras capitais do país debateram a excelência nos processos de gerenciamento e uso de medicamentos, liderança e mobilização de pessoas, atuação do farmacêutico sob a óptica do médico, cenários da segurança do uso de medicamentos e perspectivas para o segmento.

Na abertura, o presidente do SINDIHOSPA, Henri Chazan, ressaltou que a entidade busca trabalhar a interação entre as categorias, visando disseminar ideias e modelos de melhorias na segurança do paciente e sustentabilidade econômica. Na sequência, a integrante do comitê e da comissão organizadora do evento, Raquel Petry, falou sobre os cenários da segurança no uso de medicamentos. “Quando planejamos o evento, pensamos em abordagens que contribuam com a prática do dia a dia dos farmacêuticos. Os erros de medicações são evitáveis, mas percebemos que há muito em que se trabalhar”, ressaltou Raquel Petry, que também é a responsável técnica pela farmácia do Hospital Fêmina.

Assessora de Planejamento e Avaliação do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Simone Mahmud destacou a importância das inovações tecnológicas na segurança do paciente. “Quanto maior a complexidade dos hospitais, maior a movimentação de medicamentos. No HCPA, por exemplo, são mais de 4 mil itens de medicamentos. Todo esse processo é movido por pessoas, e pessoas erram. O que se pode fazer é criar barreiras como a utilização da automação, um mecanismo já consolidado e que evita esses riscos”, ressaltou.

Consultor em medicamentos biológicos, o paulista Valdair Pinto ministrou o painel “Biossimilares: desafios na atenção ao paciente”. A classe de produtos é desenvolvida depois que a patente de um produto biológico expira, o que permite que outras empresas desenvolvam versões parecidas. “É importante que médicos e farmacêuticos conheçam os aspectos clínicos e regulatórios para apreciar corretamente a qualidade dos biossimilares que estão chegando aos poucos ao mercado”, disse.

Na parte da tarde, um dos destaques foi a palestra de uma representante da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Lisana Sirtori, do Distrito Federal, abordou os caminhos futuros na rotulagem de medicamentos. Para a especialista, essa etapa envolve uma parcela dos erros provocados na medicação. “Esse é um tema complexo, mas já existe um cenário de sensibilização do setor produtivo para mostrar que existem muitas ações e, algumas delas, de baixo impacto em termo de custos”, destacou.

Durante o evento, o Comitê de Farmácia do SINDIHOSPA lançou uma nova identificação de medicamentos de alta vigilância. Seguindo tendências internacionais de atenção à segurança do paciente, a iniciativa propõe a utilização de um símbolo de alerta nesse tipo de medicamentos. As imagens relacionadas a esta campanha estarão disponíveis para download no site www.sindihospa.com.br/jornadafarmacia2016 a partir de segunda-feira (31).

A Jornada contou ainda com a presença do presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul, Maurício Schuler. Também houve palestras do presidente da Regional do Rio de Janeiro da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (SBRAFH), Francisco Alves Farias Filho, do consultor Marcos Plana, de São Paulo, e de representantes dos hospitais associados ao SINDIHOSPA.