
“Mesmo com o fácil acesso e agilidade nas informações, ainda há uma certa resistência masculina na realização de consultas preventivas”, afirma o médico urologista do Hospital VITA Dr. Osni Silvestri. Segundo ele, o preconceito relacionado aos exames continua a ser uma barreira para o diagnóstico precoce, assim como, procurar um médico somente quando se está com algum sintoma, pode levar, muitas vezes, a um diagnóstico tardio, além de dificultar o tratamento. O especialista explica que se identificado na fase inicial, isto é, quando não são apresentados sintomas claros, o tratamento do câncer de próstata é mais simples e com grande possibilidade de cura.
O problema é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens brasileiros. Estatísticas apontam que o câncer de próstata mata um homem a cada 15 minutos e ocorrem cerca de 50 mil casos por ano. Sendo que para 2016, a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) é de 61.200 novos casos no país. O último levantamento realizado pelo órgão contabilizou 13.772 óbitos causados pela neoplasia em 2013.
Alguns desses tumores podem crescer rapidamente, espalhar-se para outros órgãos e levar à morte. "A grande maioria, porém, cresce de forma tão lenta que não chega a dar sinais", alerta Silvestri.
A doença também é considerada um câncer da terceira idade, já que cerca de 75% das ocorrências no mundo aparecem a partir dos 65 anos. Porém, o médico alerta que é recomendado que se inicie a realização anual de exame aos 45 anos e, se o homem tiver histórico de câncer de próstata na família, o acompanhamento deve iniciar a partir dos 40 anos. Um homem cujo pai ou tio tiveram câncer de próstata tem o dobro de risco de desenvolver a doença. Esse risco torna-se maior ainda para os homens que têm um irmão com o problema. Se o paciente tiver menos de 65 anos e um parente com a neoplasia, a probabilidade aumenta de 6 a 11 vezes.
Incidência
Desconsiderando os tumores de pele não melanoma, o câncer de próstata é o mais incidente entre os homens em todas as partes do Brasil, com 95,63 para cada 100 mil habitantes na Região Sul, 67,59/100 mil no Centro-Oeste, 62,36/100 mil no Sudeste, 51,84/100 mil no Nordeste e 29,50/100 mil na Região Norte.
Doenças do homem
Além do câncer de próstata, o médico conta que as doenças que acometem a população masculina com mais frequência são a hiperplasia prostática (aumento da próstata), a litíase urinária (pedras nos rins) e a impotência sexual.
Para detectar essas alterações, são recomendados alguns exames: PSA (antígeno prostático específico), função renal, glicemia, exame de urina e dosagens hormonais, os quais devem ser feitos uma vez por ano. A proteção contra essas anomalias passa por hábitos de vida saudáveis como alimentação equilibrada, não fumar e praticar atividades físicas. Estas atitudes contribuem para a melhoria da saúde e prevenção de doenças.