Diretor Financeiro e de Relações com Investidores do Banrisul, o economista Ricardo Hingel entende que a aprovação da PEC dos gastos, somada à reforma da Previdência Social e outras medidas, é vital para o equilíbrio fiscal de longo prazo. “A previsão de volta do superávit fiscal apenas para 2019 dá bem o tom da gravidade atual”, avaliou, durante palestra que fez na reunião-almoço desta segunda-feira (7), na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC).

De acordo com o economista, esta recessão, que qualificou como inédita e prolongada, é resultado de um conjunto de fatores, que vão desde o resultado entre a soma do desequilíbrio fiscal com a política monetária incompatível, baixa taxa de poupança e investimentos, carga tributária elevada, altos custos trabalhistas e empresas fragilizadas.

Para o diretor do Banrisul, a sociedade precisa entender a importância da estabilização dos gastos para que não haja o agravamento deste quadro. Ele salientou que a PEC 241 não vai retirar benefícios nem prejudicar áreas como saúde e educação, mas vai agir sobre os privilégios. A raiz da profunda recessão que o Brasil atravessa, observou, está no descontrole fiscal. A sociedade é que está pagando a conta de sucessivos presidentes que aumentaram os gastos públicos, gerando consequências desastrosas.

De acordo com Hingel, parte do desequilíbrio fiscal se deu exatamente pela queda da arrecadação da União, o que acabou por impactar também os estados e municípios. Segundo o economista, R$ 1,5 bilhão deixou de entrar nos cofres do Rio Grande do Sul por conta dessa perda de arrecadação.

A economia brasileira acumula uma queda no PIB de 7,5% entre 2014 e 2016. O PIB da indústria mostra queda maior no mesmo período: 11%. “A melhoria das expectativas não chegou na economia real, mas é um começo. À medida em que os índices de confiança forem sendo restabelecidos, o empresariado também deve retomar uma gradual ampliação de sua capacidade instalada”, finalizou o diretor do Banrisul.