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Variações genéticas em comum são observadas em 3 transtornos psiquiátricos
 
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28/09/2009

Variações genéticas em comum são observadas em 3 transtornos psiquiátricos

Pesquisadores determinaram que certas alterações genéticas conhecidas como variações do número de cópias ocorrem nos genes de pessoas com esquizofrenia, autismo e retardo mental

Pesquisadores determinaram que certas alterações genéticas conhecidas como variações do número de cópias ocorrem nos genes de pessoas com esquizofrenia, autismo e retardo mental. As variações no número de cópias comuns desempenham um papel na formação de sinapses e neurotransmissões.

Esta nova informação trouxe uma grande contribuição para o conhecimento atual sobre a constituição genética compartilhada por esses 3 distúrbios do neurodesenvolvimento, de acordo com o autor principal Dr. Dominique Campion, PhD, do Institut National de la Sante et de la Recherche Medicale (INSERM), Rouen, França.

A pesquisa pode, eventualmente, influenciar as abordagens terapêuticas, disse Dr. Campion à Medscape Psychiatry. “Esses achados nos ajudam a ter uma ideia da via que as drogas precisam visar nesses transtornos”, disse Dr. Campion.

Para o estudo, os pesquisadores colheram amostras de sangue de 743 indivíduos com um transtorno psiquiátrico. A amostra incluiu 247 pacientes com retardo mental, 260 pacientes com transtorno do espectro autista e 236 pacientes com esquizofrenia.

Os pesquisadores também colheram amostras de 236 pacientes controle que foram cuidadosamente examinados para exclusão de qualquer transtorno psíquico ou cognitivo. Sempre que possível, os pesquisadores colheram amostras dos pais dos pacientes com transtornos psiquiátricos e de parentes afetados.

O estudo excluiu casos com causas ambientais comuns de retardo mental, como síndrome do álcool fetal. Ele também excluiu casos de autismo com síndrome do X frágil e outras anormalidades cromossômicas estabelecidas, já que o envolvimento dos loci relacionado ao autismo já está bem estabelecido e “não precisa de apoio de novos estudos”, disse Dr. Campion.

Tecnologia moderna

Os pesquisadores usaram tecnologia moderna de microarranjo (microarray) para estudar e comparar as microduplicações e microdeleções do material genético. Isto envolveu a sobreposição de amostras codificadas por cores do DNA do controle e dos pacientes em um arranjo coberto com sondas. Usando um digitalizador e amplificação quantitativa, os pesquisadores analisaram vários pequenos fragmentos genéticos.

Para esse estudo, os pesquisadores se concentraram em 28 loci cuja associação com condições psiquiátricas já é conhecida. A maioria desses genes candidatos está relacionada com a formação e manutenção da sinapse ou neurotransmissão.

Os pesquisadores observaram um excesso significativo de variações do número de cópias – deleções ou duplicações que mudam o número de cópias de segmentos do DNA – no grupo com a doença. Na amostra total de transtornos psiquiátricos, 11 (39,3%) dos 28 loci candidatos tinham uma variação do número de cópias.

Individualmente, os pesquisadores identificaram uma variação do número de cópias em 10 (4,2%) pacientes com esquizofrenia, 16 (6,2%) pacientes com autismo e 13 (5,3%) pacientes com retardo mental. Os pesquisadores encontraram apenas 1 (0,4%) paciente com uma variação do número de cópias nesses controles participantes – uma frequência que é semelhante àquela publicada em populações japonesas e canadenses.

Esta pesquisa representa um passo significativo no sentido de determinar a contribuição genética nesses transtornos psiquiátricos. Por exemplo, até o momento, os pesquisadores sabiam que aproximadamente 15% dos casos de autismo estavam associados a alterações genéticas conhecidas. “Aqui, o defeito genético causal é observado para 6% de casos adicionais”, disse Dr. Campion.

Vias idênticas

De todas as variações do número de cópias analisadas nesse estudo, todas, exceto uma, envolveram as 3 condições psiquiátricas, sugerindo que as vias neuronais são idênticas. De acordo com Dr. Campion, a variação do número de cópias que o estudo revelou que envolve apenas o autismo provavelmente também existe nas outras 2 condições, mas ainda não foi localizado.

O determinismo genético da esquizofrenia e autismo parece se sobrepor ao retardo mental. No estudo, um terço dos pacientes com esquizofrenia e 83,3% daqueles com autismo tinham um nível de funcionamento cognitivo, colocando-os no RANGE do retardo mental.

No entanto, Dr. Campion enfatizou que o teste de QI em pacientes com autismo é “muito controverso”, pois esses pacientes têm dificuldades de comunicação e linguagem.
Das 27 famílias nas quais a transmissão foi testada, as variações do número de cópias vieram de um pai aparentemente não afetado.

Outros loci

Entretanto, só porque um individuo não carrega qualquer 1 desses CNV não elimina a possibilidade de que ele ou ela não desenvolverá condições psiquiátricas. “Outros loci ainda precisam ser caracterizados”, observou Dr. Campion.

Na verdade, uma vez que esse estudo foi submetido para publicação, outros genes que se acreditam estarem envolvidos em uma via neuronal comum foram identificados e mais continuam a surgir, disse Dr. Campion.

Entretanto, algumas pessoas que carregam essas variações genéticas podem nunca desenvolver um transtorno psiquiátrico sem algum tipo de gatilho. “A interação com fatores ambientais é importante e poderia explicar a expressão variada do mesmo defeito genético” disse Dr. Campion. “Nós não sabemos ainda a contribuição exata desses fatores”.

Os autores não declararam relações financeiras relevantes.


Autor: Pauline Anderson
Fonte: MedCenter MedScape

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