O Centro de Excelência em Recuperação Neurológica - CERNE, de Curitiba, tem uma proposta de trabalho que vai além do atendimento e terapia do portador de Transtorno do Espectro Autista (TEA) na clínica. Há seis meses o CERNE atende Matheus Mazollo Guimarães, que tem o distúrbio e atualmente está com 21 anos.

Cerca de um mês atrás, Matheus iniciou um treinamento de atividade de vida diária, que teve como foco o desenvolvimento da sua autonomia. Neste caso específico, o trabalho foi direcionado ao preparo de um alimento, para atender o desejo do paciente que queria, ele mesmo, cozinhar seu prato favorito: macarrão com mostarda.

Durante o processo, que durou um mês entre preparação, acompanhamento e execução, foi trabalhada a busca da receita na internet, pesquisa de custo dos ingredientes, simulação de ida ao mercado com materiais alternativo, entre outras atividades. O trabalho desenvolvido com o paciente resultou na ida de Matheus, acompanhado pela equipe de terapia ocupacional, ao supermercado e no preparo de uma refeição, um almoço social com a equipe do CERNE.

“É uma conquista, o Matheus nunca havia ido ao supermercado sem a companhia da família”, celebra a terapeuta ocupacional e sócia da clínica, Syomara Cristina Smidiziuk. Segundo ela, o rapaz procurou os produtos no mercado, comparou os preços e escolheu as marcas dos ingredientes sozinho. “Foi fantástico, ver a reação do Matheus no mercado, foi além das expectativas. Ele interagiu no açougue para pedir a carne e no caixa na hora de pagar a conta”, comemora Syomara.

“Dentro da clínica, nós trabalhamos a terapia intensiva direcionada para os problemas de motricidade, mas como nosso objetivo também é a integração do paciente portador de TEA à sociedade, temos oferecido acompanhamento externo com a pessoa na escola e na praça perto da residência. Mas nesse formato de autonomia, ou seja, em que todas as ações são decididas pelo paciente, é a primeira vez”, revela Syomara.

De acordo com a terapeuta ocupacional, a atividade, que faz parte da terapia, que dura em média quatro horas cada sessão - subdividida entre fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, PediaSuit (veste terapêutica associada a exercícios específicos e intensivos) e neuromodulação (aplicação de campo elétrico ou magnético que modifica e modula o Sistema Nervoso Central ou Periférico), é importante para o paciente por oferecer independência nas atividades cotidianas e a inclusão na sociedade. Além de dar autonomia e sair das terapias tradicionais, é uma forma respeitar o desejo da pessoa com TEA.

“Diferente das terapias convencionais, neste formato nós demos toda autonomia e responsabilidade de tomada de decisões para ele, visando à independência na vida. Encerramos o ano com esta etapa da tarefa cumprida, um trabalho de terapia ocupacional mais efetivo, que vai além da clínica, esse é objetivo do CERNE, rever o conceito de ficar só na clínica e levar o paciente ao convívio em sociedade”, conclui.

Sobre o CERNE:

O Centro de Excelência em Recuperação Neurológica conta com uma equipe multiprofissional, composta por fisioterapeutas, fonoaudióloga, musicoterapeuta, psicóloga, terapeuta ocupacional, psicopedagoga, educador físico e enfermeiro. A clínica tem a proposta de oferecer um outro olhar da recuperação da saúde, mais humanizado e personalizado de acordo com as necessidades e demandas do paciente, a fim de facilitar a sua inserção na sociedade. Além de garantir qualidade no tratamento, por meio de um processo padronizado onde o paciente encontra todas as terapias no mesmo local e de forma integrada, o Centro conta ainda com a experiência de suas sócias, a terapeuta ocupacional Syomara Cristina Smidiziuk e a fisioterapeuta Mariana Krueger, uma das primeiras profissionais capacitadas para a aplicação da técnica de Neuromodulação Transcraniana na Região Sul. A sociedade é complementada por Canrobert Krueger, engenheiro de computação e administração.

Serviço:

CERNE - Centro de Excelência em Recuperação Neurológica
Endereço: Rua Petit Carneiro, 318 - Água Verde
Informações: 41 3528-6977