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Implantes devolvem movimento do braço e mão a tetraplégico
 
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31/03/2017

Implantes devolvem movimento do braço e mão a tetraplégico

Em experimento inovador, pesquisadores americanos fizeram com que homem pudesse se alimentar sozinho por meio de uma "ponte" entre cérebro e músculos

Um homem tetraplégico conseguiu tomar café e comer purê de batatas com um garfo sem a ajuda de ninguém, em um experimento que está sendo classificado como “inovador” pela comunidade científica internacional. O feito inédito na medicina foi possível graças a eletrodos implantados no cérebro que leem os pensamentos e os transmitem para um computador que, por sua vez, os envia para os eletrodos nos músculos do braço, estimulando o movimento. O estudo, descrito nesta terça-feira na revista científica The Lancet, foi feito com um paciente que perdeu os movimentos abaixo dos ombros em um acidente de bicicleta, há oito anos.

“O restabelecimento da comunicação entre a vontade de se mexer do cérebro diretamente para o corpo restaura a esperança de que milhões de indivíduos com paralisia possam, um dia, ser capazes de se mover livremente”, disse Benjamin Walter, pesquisador da Case Western Reserve University, nos Estados Unidos, e um dos autores da publicação, em comunicado.

O experimento combina, pela primeira vez, movimentos funcionais e multi-articulares de um membro paralisado em um paciente com paralisia motora. Segundo os cientistas, este é um passo importante na restauração da mobilidade de paraplégicos e tetraplégicos.

Estudos anteriores já haviam alcançado resultados semelhantes com o uso dos estímulos cerebrais dos pacientes, por meio de interfaces cérebro-máquina (ICM). No entanto, a maioria foi realizada com braços robóticos e o único paciente que movimentou o próprio corpo conseguiu apenas abrir e fechar a mão. Testes feitos com macacos paraplégicos também obtiveram sucesso ao devolverem o movimento das pernas com o mesmo mecanismo de eletrodos.

Vencendo a paralisia

Para movimentar o braço novamente, o paciente americano Bill Kochevar, de 56 anos, foi treinado por 45 dias. No início, ele praticou o uso dos 96 canais de eletrodos implantados cirurgicamente na superfície do córtex motor – área do cérebro relacionada às atividades motoras voluntárias – com um braço virtual. Em poucos minutos, segundo o estudo, ele conseguiu mexer o modelo no computador. Em seguida, passou a movimentar o próprio membro com o pensamento transmitido por eletrodos espalhados pelo braço e antebraço e o apoio de um suporte. Ele foi capaz de utilizar mão, pulso, cotovelo, braço e ombro e se alimentar utilizando um garfo e beber água e café com um canudo.

Kochevar conseguiu movimentar cada articulação tanto individualmente, como em conjunto. Para superar a força da gravidade que o impedia de levantar o membro, ele utilizou um suporte móvel, que também estava sob o controle do seu cérebro. “Estou fazendo com que ele se mova sem ter que me concentrar muito nisso. Eu só penso e o braço vai”, disse o paciente, em comunicado.

A tecnologia, contudo, ainda tem limitações. Entre elas, o voluntário precisa olhar para seu braço o tempo todo para controlá-lo, visto que, devido à paralisia, ele perde o senso intuitivo dos movimentos e da localização do membro. Além disso, o sistema ainda utiliza muitos fios e os implantes cerebrais são temporários. Muitas melhoras ainda devem ser feitas, como uma melhor decodificação cerebral, para que o dispositivo possa estar disponível para pessoas com lesões na medula. “Isso não vai substituir os cuidadores. Mas, a longo prazo, as pessoas serão capazes, de forma limitada, de fazer mais por si mesmas”, afirmou o paciente.

“O objetivo é futurístico: um indivíduo paralisado pensa em mover seu braço, como se o cérebro e os músculos não estivessem desconectados, e uma tecnologia implantada executa perfeitamente o movimento desejado… esse estudo é inovador sendo o primeiro relato de alguém executando movimentos funcionais e multi-articulados de um membro paralisado com uma prótese neuronal e motora”, afirmou o cientista Steve Perlmutter, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, em um comentário que acompanha o estudo publicado no Lancet. 


Autor: Redação
Fonte: Veja

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