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Demência é mais precoce em latino-americano, mostra pesquisa
 
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30/09/2009

Demência é mais precoce em latino-americano, mostra pesquisa

A revisão científica reúne estudos do Brasil, Cuba, Uruguai, Venezuela, Chile e Peru

Uma revisão científica que reúne estudos do Brasil, Cuba, Uruguai, Venezuela, Chile e Peru -com dados de mais de 30 mil pacientes- sugere que a demência acomete pacientes latino-americanos mais precocemente do que europeus.

O estudo foi realizado por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), Unesp (Universidade Estadual Paulista) e UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e publicado em agosto na revista "International Psychogeriatrics".

A prevalência da doença em pessoas entre os 65 e os 69 anos de idade -faixa etária mais jovem avaliada- é cerca de duas vezes maior na América Latina, de acordo com o trabalho. Entre as mulheres, 2,65% têm demência neste continente, contra 1% das europeias. Entre os homens, são 2,27% contra 1,6%. "A frequência de demência encontrada é semelhante como um todo. Mas, quando olhamos faixa etária, a frequência entre os idosos mais jovens é significativamente mais alta", afirma o neurologista Paulo Caramelli, da Universidade Federal de Minas de Gerais e um dos autores do estudo.

"Isso é muito significativo, porque estamos dentro da média de expectativa de vida da população, que gira em torno dos 72 anos", afirma Ricardo Nitrini, professor do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da USP e outro autor da pesquisa.

Para Ivan Okamoto, vice-coordenador do Departamento de Neurologia Cognitiva da Academia Brasileira de Neurologia, os resultados são plausíveis, mas não devem ser considerados definitivos. "Como qualquer estudo, dá parâmetros. Mas a meta-análise compara condições de estudos diferentes, deve-se ter cuidado."

Duas hipóteses ajudam a explicar por que a demência aparece mais cedo na América Latina. A primeira delas é a escolaridade, mais baixa neste continente, o que contribui para a maior manifestação da doença. Em pessoas mais intelectualizadas -que estudaram por mais anos ou falam várias línguas, por exemplo-, o cérebro desenvolve mais sinapses (conexões entre os neurônios), que permitem um fluxo melhor de informações. Essa reserva cognitiva faz com que esses pacientes lancem mão de mais recursos para lidar com as perdas causadas pela demência. Com isso, as manifestações clínicas da doença são diferentes em pessoas com mais escolaridade.

"É como comparar um rico que perde R$ 1.000 e um pobre que perde a mesma quantia. Quando são acometidas pela doença, pessoas com menos escolaridade geralmente têm menos repertório porque aprenderam menos ao longo da vida", diz Ricardo Nitrini.

Um outro estudo, publicado no ano passado no "Journal of Aging and Health" por pesquisadores canadenses, avaliou dados de demência de sete cidades da América Latina e do Caribe -entre elas, São Paulo.

A conclusão do trabalho foi a de que condições socioeconômicas ruins estavam diretamente associadas a problemas cognitivos no fim da vida.

Outra causa que pode explicar os maiores índices de demência são doenças cardiovasculares não controladas. "Certamente são causas de demência e que frequentemente não são controladas. Mas são fatores mais passíveis de prevenção", alerta Caramelli.

Sabe-se que hipertensão não tratada aumenta riscos de demência vascular.

 


Autor: Julliane Silveira
Fonte: Folha online

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