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Enfermeira mostra caminhos para uma comunicação humanizada com pacientes e familiares
 
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25/08/2017

Enfermeira mostra caminhos para uma comunicação humanizada com pacientes e familiares

Carmen Segóvia capacitou profissionais de saúde de cerca de 60 hospitais do país para abordagem correta a familiares de potenciais doadores de órgãos

Ter de dar uma notícia ruim para um paciente ou seu familiar é uma tarefa que merece atenção especial dos profissionais de saúde. Com a experiência de já ter treinado 16 mil pessoas em comunicação terapêutica, a enfermeira espanhola Carmen Segóvia realizou palestra no Hospital Moinhos de Vento nesta quinta-feira (24) com a finalidade de mostrar como é possível humanizar um momento difícil.

– É uma grandeza médica o ato de falar para o paciente ou seu familiar – disse Carmen, integrante do Grupo de Investigação para a Humanização dos Cuidados Intensivos.

Na abertura do evento, a superintendente assistencial do Hospital Moinhos de Vento, Vania Röhsig, destacou que a comunicação não é um investimento que envolve grandes números ou tecnologia. Como exemplo, citou o projeto UTI Visitas desenvolvido na instituição.

– Abrimos as portas para os familiares. O custo simbólico disso foi uma cadeira. E neste projeto que estamos falando agora a tecnologia é a palavra. A comunicação faz toda a diferença. Não tem um grande investimento em um aparelho, mas tem um grande investimento em pessoas. Isso vai fazer a diferença na vida de outras que estão precisando de apoio – afirmou Vania.

Na palestra "Estratégias de Comunicação e Humanização em Situações Críticas", Carmen disse que os profissionais da saúde têm excelente preparo técnico e científico, mas falta a formação em relações humanas.

– Comunicar uma pessoa ou seu familiar que o fim pode estar próximo é um anúncio que temos de aprender sozinhos porque não temos formação na universidade. Vamos mais pela intuição – acrescentou Carmen.

Em sua apresentação, que lotou o Anfiteatro Schwester Hilda Sturm, a enfermeira espanhola mostrou cenas de filmes, como “Patch Adams, o amor é contagioso”. No trecho comentado, enquanto um médico aponta para alunos todos os problemas de uma paciente que está em uma maca em pleno corredor sem se dirigir a ela, o personagem vivido por Robin Williams quer apenas saber o nome da paciente, se dirige a ela e pega em sua mão, criando uma relação mais humana.

– Falar o nome da pessoa é o primeiro passo numa conversa que precisa ter respeito, empatia e autenticidade. Nem sempre se pode curar ou sanar, mas consolar pode-se fazer isso sempre – observou Carmen.

No painel depois da palestra o médico intensivista do Hospital Moinhos de Vento Regis Rosa disse que o melhor ansiolítico que existe "é tratar o paciente pelo seu nome." E fez outra comparação.

– O UTI Visitas resultou em queda de 50% na redução de delirium entre os pacientes. Qual medicamento proporciona essa redução? – questionou.
Glauco Westphal, médico intensivista e supervisor do Projeto Donors, destacou a importância dos ensinamentos de Carmen Segóvia porque "não temos só um doente, mas temos ele e a família."

– É uma situação constante que se vive com todos os familiares com pacientes em UTI – acrescentou.

Doação de orgãos


Na quarta-feira (23), Carmen participou do curso Comunicações em Situações Críticas, que capacitou profissionais de saúde para abordagem a familiares de potenciais doadores de órgãos. A atividade integrou o Projeto Donors, iniciativa do Hospital Moinhos de Vento em parceria com Ministério da Saúde. Participaram do treinamento representantes de cerca de 60 hospitais de todo o país.

– A recusa familiar é a principal causa de não efetivação da doação de órgãos no Brasil, muitas vezes motivada por mitos e desinformação. O treinamento dos profissionais de saúde é ação fundamental para otimizar os transplantes no país – disse o médico Regis Rosa.

A meta do Projeto Donors é aumentar a taxa de sucesso de doações no Brasil e a qualidade dos órgãos disponibilizados aos seus receptores. Estima-se que a taxa de perdas de potenciais doadores por parada cardíaca seja em torno de 25% e que a taxa de recusa familiar fique em torno de 50%.

Carmen Segóvia é integrante da Organização Nacional de Transplantes da Espanha, referência mundial no tema. Seu trabalho chegou a despertar a atenção do cineasta Pedro Almodóvar, que a contratou para ser consultora em três filmes consagrados: “Tudo sobre minha mãe”, “Fale com ela” e “A flor do meu segredo”.


Autor: Cláudia Paes
Fonte: Critério
Autor da Foto: Leonardo Lenskij

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