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Doação de órgãos: comunicação é chave para alcançar melhores resultados
 
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28/09/2017

Doação de órgãos: comunicação é chave para alcançar melhores resultados

Hospital São Lucas conta com especialista para capacitar profissionais no trabalho de comunicação em situações críticas

A doação de órgãos é um importante ato que ajuda a salvar muitas vidas. Só no Brasil, são 32.956 pessoas aguardando na lista de espera para realizar um transplante. No entanto, 43% das famílias brasileiras não autorizam a realização do procedimento. São vários motivos que levam a essa negativa, mas a falta de uma boa comunicação entre a equipe assistencial e familiares é considerado determinante. Para vencer esse obstáculo, o governo de Santa Catarina firmou uma parceria com o governo da Espanha com o objetivo de habilitar alguns profissionais do país para tornarem-se instrutores de um curso de comunicação em situações críticas. O Hospital São Lucas da PUCRS conta com um desses especialistas na Instituição, o enfermeiro da Organização de Procura de Órgãos (OPO2) Dagoberto Rocha, que está realizando o treinamento para se tornar uma das referências na promoção dessa atividade.

Essa iniciativa teve sua origem em 2008, quando o Diretor Estadual de Transplantes de Santa Cataria, Joel de Andrade, realizou uma parceria com a Organização Nacional de Transplantes da Espanha e trouxe a metodologia do curso utilizado no país para os catarinenses. Desde então, o Estado vem apresentando excelentes resultados, sendo destaque no cenário nacional. A capacitação é realizada pela enfermeira Carmen Segóvia, ex-coordenadora de transplantes do órgão espanhol. Ela desenvolve a iniciativa há décadas e já treinou mais de 16 mil profissionais da área da saúde. O país europeu possui uma das menores taxas de rejeição familiar do mundo, somente 15%. Para alcançar números tão bons, eles não investem em propaganda, mas em formação. Com uma equipe preparada para acolher os familiares de maneira adequada, capaz de trazer conforto e esclarecer todas as dúvidas em cada etapa do processo, a chance da doação cresce exponencialmente. Atualmente, os principais motivos para a negativa são o desconhecimento do potencial de doação, a não compreensão do diagnóstico de morte encefálica e questões religiosas.

“A morte é o pior momento para a família. Por isso, essas situações são muito delicadas e têm que ser muito bem conduzidas, estabelecendo uma relação de ajuda através dos seus três pilares: respeito, empatia e autenticidade. Comunicar más notícias não é uma habilidade opcional, mas uma parte essencial das atividades dos profissionais de saúde. Contudo, nós somos treinados apenas para cuidar, dar bons diagnósticos e proporcionar um tratamento técnico adequado aos pacientes. Não somos preparados para atender as famílias dos pacientes, principalmente às dos falecidos. Quando a família recebe a comunicação da morte, gera uma série de sentimentos e comportamentos que não sabemos como manejar. Por isso, acaba sendo mais fácil comunicar a má notícia e sair correndo, ao invés de fornecer um apoio emocional e escutar ativamente a família. Isso influencia diretamente na doação, já que ela é uma consequência de todo o atendimento que a família recebeu. Quem é bem acolhido e bem informado tem mais chance de doar. O nosso objetivo não é de convencer a família, mas de oferecer a oportunidade da doação e que isso possa ser algo positivo para eles nesse momento de tragédia”, explica Dagoberto.

Dagoberto já trabalha como instrutor nos cursos de comunicação da Central de Transplantes do Estado e agora se prepara para ministrar o método criado por Segóvia e aplicado na Espanha. Ele já realizou cinco atividades com a orientação da enfermeira e aguarda a sua certificação, que deve ocorrer em 2018. O projeto do governo de Santa Catarina prevê a formação de um grupo conciso para a capacitação de profissionais do país inteiro na comunicação de más notícias.

Como funciona a doação de órgãos

A partir do diagnóstico de morte encefálica e a identificação do potencial de doação, uma equipe especializada realiza a validação e verificação das condições clínicas. Caso o paciente seja elegível, ocorre a entrevista familiar, onde são explicados os passos para o procedimento e esclarecidas dúvidas. Esse processo pode ser feito por qualquer profissional da área da saúde desde que ele esteja capacitado para responder todos os questionamentos levantados. Em caso de autorização, a família assina o termo, que pode ser preenchido por familiares até segundo grau ou cônjuge, e são coletados exames para avaliação específica dos órgãos. Por fim, os mesmos são repassados para a Central de Transplantes do Estado, que faz a distribuição.

O que é a OPO

A Organização de Procura de Órgãos (OPO) é um serviço vinculado diretamente à Central de Transplantes do Rio Grande do Sul e caracteriza-se por ser uma organização supra-hospitalar com o objetivo de apoiar e executar as atividades relacionadas à doação de órgãos e tecidos, sendo responsável por realizar visitas aos hospitais com a finalidade de identificar potenciais doadores de órgãos e apoiar todo o processo de doação. Situada no Hospital São Lucas da PUCRS (HSL), a OPO2 fornece apoio no processo de doação para mais 28 hospitais de Porto Alegre, Região Metropolitana e Litoral Norte do Estado. Na instituição, iniciou suas atividades no segundo semestre de 2011 e incorporou as funções da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT). Suas atribuições são regulamentadas pela Portaria 2600 de 21 de outubro de 2009. O Rio Grande do Sul conta com seis OPOs.

Serviço de Transplantes do HSL

Desde 1978, o Hospital São Lucas da PUCRS já realizou mais de 1600 transplantes. Pioneiro em transplante de pâncreas isolado no Estado, atualmente, dedica-se à realização de transplantes renais com doadores falecidos e doadores vivos. É a única equipe do Estado do Rio Grande do Sul que realiza transplantes renais de doadores vivos por técnica videolaparoscópica. Coordenado pelo Dr. Marcelo Junges Hartmann, atua em conjunto com o Serviço de Nefrologia e conta com equipe multidisciplinar composta por profissionais experientes das áreas de Enfermagem, Nutrição, Fisioterapia e Psicologia, além de todas as especialidades médicas do hospital. 


Autor: Redação
Fonte: Hospital São Lucas da PUCRS

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