A Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ) promove uma campanha virtual de arrecadação de fundos (crowdfunding) para projeto dedicado aos profissionais de educação do município do Rio. Por meio do Projeto Travessia, há mais de um ano, um grupo de psicanalistas da SBPRJ se volta ao dia a dia das salas de aula da rede municipal. A iniciativa oferece um espaço de escuta e cuidado aos professores e diretores, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação através do Núcleo Interdisciplinar de Apoio às Unidades Escolares (Niap).
A partir de uma proposta interdisciplinar baseada no tripé arte-educação-saúde, a equipe de psicanalistas voluntários do Travessia oferece oficinas mensais aos educadores das escolas públicas na sede da SBPRJ, no Humaitá. Os encontros estimulam a troca de experiências e problematizações relativas a conflitos, redimensionando os desafios do dia a dia desses profissionais. O objetivo das oficinas é acolher a demanda dos diretores e professores em um espaço de liberdade de expressão, fortalecendo sua autonomia e seu empoderamento na possibilidade de resolução criativa das questões colocadas.
A campanha online está disponível na plataforma de financiamento coletivo Catarse, no link: https://www.catarse.me/projeto_travessia_5de8. Para contribuir basta clicar em “Apoiar este projeto” e seguir as instruções para doações a partir de R$ 10,00. A meta é arrecadar R$ 36.815 até o dia 1º de março de 2018, o suficiente para sustentar o projeto por mais cerca de 11 meses. O custo mensal do Travessia é de R$ 3.258, incluindo despesas com alimentação, lanche oferecido aos participantes durante as quatro horas de oficina, secretaria do projeto, ajuda de custo de seis estagiários, água, luz e internet. O trabalho sobrevive com pequenas doações e necessita de mais contribuições para continuar sendo executado.
Há mais de 15 anos, a SBPRJ desenvolve trabalhos sociais com as comunidades vulneráveis da cidade. Sete dos quais atuando com crianças, jovens, educadores e famílias no Morro dos Macacos e Chácara do Céu/Borel. “No momento, focamos nossa atenção nos professores e diretores da rede municipal por acreditarmos que são profissionais que estão sendo extremamente exigidos nas suas funções, muito além das funções pedagógicas. São profissionais que precisam lidar com problemas relacionais, emocionais de suas crianças e de seus pares por conta de uma desordem de uma sociedade urbana profundamente tumultuada", explica Maria Teresa Rocha, coordenadora e fundadora do Projeto Travessia.
Desde outubro de 2016, foram realizadas 13 oficinas com professores, com quatro horas de duração, aos sábados, envolvendo um total de 52 participantes. As oficinas com os diretores também acontecem mensalmente, sempre às quartas-feiras. Desde maio, foram realizadas sete, reunindo 23 profissionais.
Educadores que participam espontaneamente do Travessia destacam a importância do projeto. "Sinto enorme gratificação por ter a oportunidade de poder compartilhar com os colegas e com essa equipe que nos atende com tanto carinho e profissionalismo. Aprendemos a lidar com situações tão difíceis e buscamos juntos estratégias para mantermos equilíbrio emocional suficiente para podermos dar conta de tantos problemas do nosso dia a dia", diz Andrea Carla Souto Guimarães, diretora da Creche Municipal Tia Andreza, localizada no Jacarezinho, Zona Norte.
"Falar sobre o Projeto Travessia é muito gratificante. Esse projeto tem ajudado o cotidiano da minha escola a se tornar mais dialógico, mais sereno, onde os conflitos são aproveitados para o crescimento da equipe como um todo", acrescenta Alecsandro Amorim, diretor do Ciep Professor Darcy Ribeiro, que fica em Campo Grande, na Zona Oeste.
