A alimentação do trabalhador é a nova arma para barrar aumentos nos preços dos planos de saúde empresariais. Calcula-se em quase 240% o reajuste acumulado pelos planos de saúde corporativos entre os anos de 2008 a 2016, segundo estimativas da CNI (Custo Médico Hospitalar). Em igual período o IPCA do IBGE ficou perto de 70%. Somente no ano passado o aumento foi de cerca de 20% para o IPCA de 2,95%.
Duas entidades se uniram e lançam programas para a contratação de alimentação de qualidade e obter ganhos de gestão na saúde. A ABPASS – Associação Brasileira Para a Promoção da Alimentação Saudável e Sustentável, com apoio da ABBT – Associação Brasileira de Benefícios ao Trabalhador, lança uma série de ações voltadas aos profissionais de recursos humanos para estimular a contratação de alimentação saudável e adequada.
Guia para RHs
A primeira iniciativa é a criação do “Guia Prático Para o Mundo Corporativo”, elaborado por equipes de nutricionistas e especialistas, para orientar sobre normas e monitoramentos que podem resultar em melhorias na alimentação dos trabalhadores e impactar positivamente a qualidade de vida e de saúde.
O guia traz desde sugestões de como montar, implantar e contratar um restaurante para os funcionários até como escolher o melhor cartão refeição e alimentação que não só atenda todos os colaboradores, como seja aceito em estabelecimentos que ofereçam refeições balanceadas em regiões próximas aonde a empresa está instalada para estimular a frequência. O conteúdo pode ser acessado aqui: http://abpass.org/solicitar-download
O Programa Alimentação 4.0 prevê seminários e workshops sobre alimentação saudável nas empresas e no futuro há o interesse em produzir estudos e análises que ajudem a traçar cenários sobre alimentação e saúde dos profissionais no Brasil. positivos na redução dos custos com doenças.
Mortes por obesidade - “Somente em 2015, quase 120 mil pessoas morreram devido às doenças causadas pela obesidade. Por isso acreditamos muito mais em ações de prevenção do que simplesmente em tratamento das consequências da alimentação inadequada”, ressalta o presidente da ABPASS, Almir Ribeiro Neto.
A presidente da ABBT, Jessica Srour, destaca que graças ao PAT – Programa de Alimentação ao Trabalhador, do Ministério do Trabalho, o índice desnutrição caiu de 14,8% do início da década de 1990 para menos de 5% no Brasil, segundo a FAO, órgão da ONU.
A disponibilidade média de proteína cresceu de 67 para 92 gramas por pessoa, aumento de 37%.Entretanto, mudanças de hábitos, do tipo de trabalho que antes exigia mais força física, sedentarismo, além do elevado consumo de alimentos industrializados e ultraprocessados no mundo todo, exigem medidas mais eficientes e assertivas por parte de todos os stakeholders dessa cadeia”, destaca.