Até agora a gripe A causou 4.700 mortes desde o surgimento em abril no México, informou na última sexta-feira um porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), que assinalou que os analistas esperam fechar um ano de pandemia para tirar conclusões sobre a evolução e a gravidade do processo.
"Não queremos fazer nenhuma conclusão antes de completar pelo menos um ano da pandemia", declarou à imprensa o porta-voz da OMS, Gregory Hartl.
O novo relatório revelou que a atividade do vírus cresceu na América do Norte e na Europa, nesta última, porém, em menores proporções.
Nas áreas tropicais do planeta foi percebida uma transmissão mista, com aumento de casos em alguns países e queda em outros.
"Na região tropical da América, várias ilhas caribenhas registraram taxas ascendentes da doença, enquanto no Brasil, Costa Rica e outros países do continente as ocorrências continuam diminuindo".
A OMS ressaltou que nas regiões temperadas do hemisfério sul foram detectadas poucas contaminações pelo vírus AH1N1.
Para a entidade, é importante esperar que o hemisfério norte entre no inverno para observar como a gripe se comportará lá, para fazer uma avaliação global sobre o vírus AH1N1.
"Ainda não é inverno no hemisfério norte e no caso da gripe estacional o pico (de casos) ocorre normalmente entre janeiro e fevereiro. Não podemos dizer nada de maneira categórica sobre a ação do vírus, embora já se reconheça que a grande maioria dos casos foi leve no mundo", detalhou.
A OMS ressaltou a existência de episódios severos e que estes ainda não estão totalmente esclarecidos porque atingiram adultos com boa saúde.
"Esta é uma das peças que falta para fechar o quebra-cabeça", comentou Hartl.
O porta-voz lembrou que em alguns pacientes a doença atingiu proporções muito graves em menos de 24 horas, uma demonstração que o vírus não é exatamente igual ao da gripe estacional.
Portanto, estimou que, embora a taxa de mortalidade não seja elevada até agora, é necessário que os países continuem alertas e preparados com o que possa ocorrer nos próximos meses, conforme o inverno se aproxime no hemisfério norte.
Isso não significa que a OMS não tenha realizado até agora uma comparação pública entre os números de vítimas por causa da gripe A, com relação ao provocado a cada ano pela gripe estacional (uma média de 500 mil casos no mundo).
Por enquanto, a análise dos casos confirmados na América do Norte e na Europa demonstra uma atividade normal do vírus e que a grande maioria das pessoas contraiu o vírus AH1N1.