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Interferentes endócrinos: pesquisas devem caminhar para a regulamentação
 
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22/10/2009

Interferentes endócrinos: pesquisas devem caminhar para a regulamentação

Atualmente, as pesquisas estão voltadas, sobretudo, ao desenvolvimento de ensaios biológicos que visam avaliar a qualidade das águas através de organismos bioindicadores

Diversas substâncias químicas, como hormônios sintéticos e resíduos industriais podem estar presentes em águas brutas e tratadas. Considerados por alguns pesquisadores como interferentes endócrinos, estes elementos são capazes de interferir no funcionamento do sistema endócrino de seres humanos e animais. Entretanto, não há no mundo uma legislação que estabeleça os limites permissíveis destas substâncias na água. O assunto encontra-se apenas em âmbito de pesquisa.

Diversos estudos realizados em vários países mostram o grande avanço no desenvolvimento de metodologias analíticas para a determinação de concentrações mínimas de substâncias hormonais naturais e sintéticas, fármacos, pesticidas e drogas com atividades estrogênicas. Como resultado das pesquisas em todo o mundo, a comunidade científica já estabeleceu uma listagem de cerca de 300 substâncias que podem estar presentes em águas e que têm potencial para interferir no sistema endócrino dos organismos vivos. Entretanto, apenas 20% destas substâncias são prioritárias, devido à maior freqüência de ocorrência nas águas estudadas.

Entre as principais fontes dos interferentes endócrinos estão os hormônios naturais (estrogênio, progesterona e testosterona, presentes no corpo humano e nos animais), os fitoestrogênios (substâncias contidas em plantas, como nas sementes de soja), as substâncias sintéticas, como hormônios sintéticos (utilizados como contraceptivos orais, por exemplo) e, ainda, os xenoestrogênios, substâncias utilizadas em indústrias e na agricultura. Outros exemplos são os pesticidas e aditivos plásticos. Estudos mostram que a contaminação detectada em águas, sedimentos, sólidos suspensos e em peixes é oriunda de esgoto doméstico, lançado no ambiente hídrico sem o devido tratamento. Porém, grandes estudos já têm sido feitos em relação à remoção desses compostos em diferentes sistemas de tratamento de água.

Atualmente, as pesquisas estão voltadas, sobretudo, ao desenvolvimento de ensaios biológicos que visam avaliar a qualidade das águas através de organismos bioindicadores. Os trabalhos estão focados no desenvolvimento metodológico de ensaios com organismos sensíveis, representativos e com agilidade para indicar a presença desses interferentes endócrinos nas águas.

Estudos laboratoriais têm sido feitos com o uso de embriões de anfíbios, mariscos, peixes, além de testes in vitro, com culturas de células e leveduras, para avaliar o efeito da presença dessas substâncias. Os testes com anfíbios têm apresentado boa performance para avaliação da presença dos interferentes nas águas, já que as substâncias interferem na produção de hormônios pela tireóide dos organismos usados nos testes. A previsão é que os resultados sejam publicados ainda neste ano.

Algumas espécies de moluscos, bivalves marinhos e de águas continentais também estão sendo utilizadas como bons indicadores da qualidade água, pois alguns esteroides sexuais induzem alterações bioquímicas e fisiológicas nestas espécies. Entretanto, as pesquisas mostram também a necessidade de conhecer a ação exata desses esteroides no comportamento dos organismos.

Apesar da falta de legislações para controle de qualidade da água em relação a estas substâncias, diversas pesquisas têm sido feitas nesse sentido. Acredita-se que o conhecimento toxicológico e ambiental sobre este assunto levará à fase final das pesquisas, isto é, à regulamentação. É preciso estabelecer limites máximos permissíveis destas substâncias em águas para o consumo humano e para a preservação da vida aquática.

Pedro A. Zagatto é biólogo e diretor da Bioagri Ambiental.

Sobre o Grupo Bioagri

A Bioagri é um grupo de empresas de prestação de serviços analíticos, estabelecido primeiramente em Piracicaba-SP, em 1991. Atualmente, é o maior laboratório privado da América Latina em seu segmento, formado por 12 unidades distribuídas pelo Brasil, com cerca de 25.000 m2 de área útil de laboratórios e mais de 700 colaboradores.

O Grupo oferece um escopo de serviços diferenciados e diversificados em análises de alta complexidade, em oito segmentos de atuação: Ambiental, Agroquímicos, Alimentos, Fármacos, Saneantes, Cosméticos, Veterinário e Biocombustíveis.

A empresa mantém parceria com a Silliker, líder mundial em análises de alimentos. Instalada nos EUA, é controlada pela centenária empresa francesa Mérieux Alliance, que atua no desenvolvimento de soluções para a segurança alimentar.


Autor: Patrícia Lopes e Kátia Almeida
Fonte: Novità Comunicação Estratégica

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