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Autismo: não há remédio, mas há muito amor
 
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27/04/2019

Autismo: não há remédio, mas há muito amor

Atividade da AMRIGS alusiva ao Abril Azul contou com a participação de cerca de 500 pessoas entre pais, educadores, médicos e profissionais da saúde

Com uma prevalência de uma criança em cada 59, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um dos temas mais estudados e debatidos por profissionais de diversas áreas da saúde, desafiando pais, familiares, médicos e educadores. O tema foi pauta do Ciclo de Palestras AMRIGS, realizado na noite de quinta-feira (25/04), com aproximadamente 500 presentes.
 
A primeira parte do encontro foi dedicada ao debate técnico do TEA com apresentação do médico Josemar Marchezan, neurologista e neurofisiologista clínico, doutor em saúde da criança e do adolescente.
 
- Apesar do avanço no diagnóstico precoce e nas intervenções, nenhum tratamento farmacológico até o momento é capaz de reverter completamente os principais sintomas do Transtorno do Espectro Autista. Por isso, é muito arriscado expor nossas crianças a tratamentos sem que haja uma comprovação científica dos resultados – disse.
 
Alguns dados impressionam. Atualmente, há mais diagnósticos de autismo em crianças a cada ano nos Estados Unidos, do que AIDS, câncer e diabetes combinados.
 
O médico Rafael Moreno, pós-graduado em Psiquiatria pela UFCSPA, coordenador do programa de residência médica em psiquiatria da Sociedade Sulina Divina Providência e coordenador do comitê de prevenção do suicídio da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, detalhou o tema sob o ponto de vista da mente e das emoções.
 
- Só o ser humano desenvolve emoções sociais como vergonha, inveja e ciúmes. É nestas emoções que o indivíduo com o Transtorno do Espectro Autista tem mais dificuldade de interpretar o sentimento – explicou.
 
A empatia é um dos sentimentos mais importantes, uma vez que o cidadão com TEA não consegue desenvolver a capacidade de colocar-se no lugar de uma outra pessoa ou de um outro animal.
 
- A partir de um ano e seis meses, as crianças imitam muito os seus pais. Este pode ser um sintoma inicial fácil de perceber - completou.
 
A segunda parte do evento foi recheada de emoção, a partir do relato de mães que vivem a experiência de ter filhos autistas. A jornalista Isabel Ferrari tratou da temática da “Inclusão Amorosa” e contou toda a experiência vivida com o seu filho, João Pedro.
 
- Se não há remédios que resolvam a causa do autismo, é por isso que estou aqui. Por isso, as crianças precisam muito das mães. Sou jornalista porque gosto de pessoas. Tenho excesso de empatia e descobri muito cedo que as pessoas são diferentes. Ninguém é igual a ninguém. Mas o mais importante é a aceitação, ou seja, lidar com a verdade. As coisas só pioram quando não lidamos com a verdade da gente. Em nenhum momento neguei o diagnóstico do meu filho. Consolei muita gente porque ninguém sabe o que vai te dizer – contou.
 
O encerramento foi com Vanessa Lúcio, com a exposição “Mãe solo e os desafios da inclusão”. Durante sua fala, bastante emocionada, contou as dificuldades enfrentadas desde o nascimento do filho, Murilo.
 
- É bem difícil ser mãe de autista porque precisamos sempre desconfiar. É difícil falar de inclusão e lutamos para que isso seja feito sempre da melhor maneira possível, mas infelizmente, temos que dizer que nem sempre acontece – desabafou.
 
Com uma plateia em boa parte formada por professores, a mãe fez um apelo para que os educadores saibam como lidar com os momentos difíceis.
 
- Nunca mandem uma criança embora da escola pelas eventuais situações que elas causam. Busquem alternativas e lidem com a questão – disse.
 
Ao final foi feita uma apresentação do trabalho desenvolvido no Instituto Autismo e Vida pela presidente, Ana Paula Dihl Kohlmann. A entidade sem fins econômicos tem como missão promover o bem-estar das pessoas incluídas no Transtorno do Espectro Autista, por meio da disseminação de informação a pais, familiares, colaboradores e sociedade em geral, do apoio à produção de conhecimento e da defesa dos direitos da pessoa com autismo.
 
Maio Dourado

A próxima atividade do Ciclo de Palestras AMRIGS será o Maio Dourado, dedicado ao tema da fibromialgia. O evento está marcado para 22 de maio, às 19h, no Centro Eventos AMRIGS. O assunto será abordado pelos médicos João Marcos Rizzo, Luciano Machado de Oliveira e Laurita Castegnaro. Informações e inscrições podem ser obtidas através do telefone (51) 3014-2033 ou do e-mail capacitacao@amrigs.org.br


Autor: Marcelo Matusiak
Fonte: Play Press
Autor da Foto: Divulgação

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