O final de setembro marca o início da primavera, mas nem tudo são flores na estação mais colorida do ano. Por mais que os dias de temperatura amena sejam convidativos para se passar um tempo ao ar livre, para quem sofre de rinite alérgica um simples passeio pode se tornar um grande incômodo. 

A Dra. Andreza Azeredo, médica especialista em otorrinolaringologia do Centro Clínico Gaúcho, explica os impactos da chegada da primavera para quem sofre da doença, e dá dicas de como os pacientes podem se prevenir, especialmente neste período do ano. 

A rinite alérgica e a chegada da primavera

A rinite alérgica é um processo inflamatório crônico da mucosa do nariz e seios da face. A doença respiratória gera um grande impacto na qualidade de vida, pois além dos sintomas mais comuns como espirros, congestão nasal, coceira no nariz e produção de muco, a rinite alérgica também pode causar irritabilidade, cansaço e insônia.  

“Com a chegada da primavera, as exacerbações ou crises da rinite alérgica são mais frequentes, pois, com o processo de polinização das flores, há um significativo aumento da quantidade de pólen no ar, e muitos pacientes que entram em contato com esse alérgeno - substâncias presentes no ar que podem desencadear uma reação inflamatória - acabam desenvolvendo as crises alérgicas”, afirma a médica. 

Alternativas caseiras para o alívio dos sintomas da rinite alérgica

Existem diversos medicamentos habitualmente usados na abordagem terapêutica dos pacientes com rinite alérgica, mas a base do tratamento se dá através da higiene ambiental. A médica lista abaixo 12 dicas que podem auxiliar no controle dos sintomas da rinite alérgica: 

1. O quarto de dormir deve ser preferentemente bem ventilado e ensolarado. Deve-se evitar travesseiros e colchão de paina ou pena. As roupas de cama e cobertores devem ser trocados e lavados regularmente e secadas ao sol ou ar quente.  

2. Evitar tapetes, carpetes, cortinas, almofadões, bichos de pelúcia, estantes de livros, revistas, caixas de papelão ou qualquer outro local onde possam ser formadas colônias de ácaros no quarto de dormir. Quando possível, optar por alternativas que possam ser lavadas com frequência. 

3. Dar preferência a pisos laváveis (cerâmica, vinil e madeira) e cortinas do tipo persianas ou de material que possa ser limpo com pano úmido. No caso de haver carpetes ou tapetes muito pesados, de difícil remoção, devem ser aspirados se possível duas vezes por semana após terem sido deixados ventilar.  

4. Identificar e eliminar o mofo e a umidade, principalmente no quarto de dormir, e buscar reduzir a umidade a menos de 50%. A solução diluída de água sanitária pode ser aplicada nos locais mofados, até sua resolução definitiva, mesmo porque são irritantes respiratórios.

5. Evitar o uso de vassouras, espanadores e aspiradores de pó comuns. Deve-se passar pano úmido diariamente na casa ou usar aspiradores de pó com filtros especiais 2 vezes por semana.

6. Ambientes fechados por tempo prolongado (casa de praia ou de campo) devem ser arejados e limpos pelo menos 24 horas antes da entrada dos indivíduos com alergia respiratória. 

7. Evitar animais de pelo e pena, especialmente no quarto e na cama do paciente.  

8. Evitar talcos, perfumes, desodorantes, principalmente na forma de sprays.  

9. Não fumar e nem deixar que fumem dentro da casa e do automóvel.  

10. Evitar banhos extremamente quentes e oscilações bruscas de temperatura. A temperatura ideal da água é a temperatura corporal. 

11. Dar preferência à vida ao ar livre, mas evitar atividades externas nos períodos de alta contagem de pólens - entre 5h e 10h - em dias secos, quentes e com ventos. 

12. Manter os filtros dos aparelhos de ar condicionado sempre limpos. Se possível limpá-los mensalmente.