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Dependência em drogas: um problema muito maior do que se pensa
 
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29/10/2009

Dependência em drogas: um problema muito maior do que se pensa

A Associação Brasileira de Psiquiatria, há tempos, vem lutando para que a política de saúde mental no Brasil seja revista

Nos últimos dias, tragédias envolvendo o abuso de drogas alertaram mais uma vez a sociedade para um problema que se torna cada vez maior. Diariamente, milhões de familiares e amigos, além do próprio dependente, sofrem as consequências do abuso de drogas lícitas e ilícitas. Esta situação ainda mobiliza poucas ações de saúde e é equivocadamente trata da apenas como caso de polícia ou quando muito da pasta do desenvolvimento social.

A solução para o problema deve, necessariamente, passar por um envolvimento mais efetivo da saúde pública. O tratamento adequado por equipe multidisciplinar de saúde pode resolver, ou manter sob controle, o problema e evitar suas complicações. Ainda, os pacientes dependentes de álcool e outras drogas que coloquem a sua vida ou das pessoas à sua volta em risco, podem ser, em situações de emergência, internados de modo involuntário, sob a garantia da Lei, desde que a internação seja solicitada por um familiar e amparada por laudo médico e comunicada ao Ministério Público, para o resguardo da cidadania do paciente.

Infelizmente, no Brasil, ainda não temos uma rede pública capacitada e suficiente para atender essa população. A atual política pública de saúde mental ainda não trouxe para sua responsabilidade de modo efetivo este grande contingente de pessoas que necessitam de tratamento. Os modelos atuais de Centros de Atenção Psicossocial destinados ao tratamento das pessoas dependentes de Álcool e Outras Drogas são ainda mais insuficientes do que os utilizados para o tratamento dos outros problemas de saúde mental. Isso é, em parte, resultado de anos de baixo investimento na área e da adoção de políticas que não privilegiam estudos epidemiológicos de demanda.

Há anos pactos políticos decidiram relativizar o papel dos médicos na assistência em saúde mental, e ampliar as ações multiprofissionais. Lamentavelmente este procedimento tem gerado uma verdadeira exclusão dos dispositivos médicos utilizados para o tratamento dos transtornos mentais. Houve neste movimento patrocinado pelas políticas públicas a clara intenção de fechar hospitais especializados, privilegiando a assistência comunitária. Infelizmente, sem a preocupação com a criação de serviços ambulatoriais e unidades hospital ares para o atendimento das necessidades dos pacientes, dentre eles os com dependência de álcool e outras drogas, muito diversas em função da fase e da gravidade do quadro. Desse modo, a tese do Ministério da Saúde de que os hospitais devem ser substituídos por outras instituições parece estar equivocada.

A Associação Brasileira de Psiquiatria, há tempos, vem lutando para que a política de saúde mental no Brasil seja revista. Insiste para que seja construída uma rede de atendimento que inclua serviços extra-hospitalares, mas também unidades de psiquiatria em hospital geral, ambulatórios especializados, emergências psiquiátricas e qualificação de hospitais especializados de menor porte. Defende também um sistema público e universal de atendimento em saúde mental que valorize o médico e seja orientado em bases científicas, ainda que pactuadas socialmente. Esperamos ser ouvidos para que os pacientes e seus familiares possam ter um a tendimento de saúde mental de qualidade.


Autor: Diretoria da Associação Brasileira de Psiquiatria
Fonte: ABP

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