.
 
 
Especialista alerta para problemas psicológicos infantis gerados por confrontos armados no Rio
 
Notícias
 
     
   

Tamanho da fonte:


06/11/2009

Especialista alerta para problemas psicológicos infantis gerados por confrontos armados no Rio

Problemas como o medo, a insônia e até distúrbios de aprendizagem, que atingem principalmente crianças e adolescentes, são outros resultados dessa violência cotidiana

Os confrontos entre policiais e criminosos ou entre os próprios criminosos, rotineiros nas favelas do Rio de Janeiro, geram mais transtornos do que as mortes ou as conhecidas “balas perdidas”. Problemas como o medo, a insônia e até distúrbios de aprendizagem, que atingem principalmente crianças e adolescentes, são outros resultados dessa violência cotidiana.

A opinião é da especialista em saúde de crianças e adolescentes Evelyn Eisenstein, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e da Sociedade Internacional para a Prevenção de Abuso e Negligência contra Crianças (Ispcan, na sigla em inglês).

Segundo ela, os problemas psicológicos gerados nas crianças pelos confrontos armados são quase invisíveis para a mídia, mas aparecem cada vez mais nas unidades de saúde do Rio de Janeiro.

“As crianças estão à mercê de tudo isso que elas estão vivenciando, não só na prática, no tiroteio diário em cada bairro, mas também através da mídia e das repercussões”, afirma.

Evelyn Eisenstein afirma que um dos problemas enfrentados pelas crianças é o medo, junto com a sensação de estarem sendo ameaçadas e sem proteção, o que gera estresse e insônia. Em consequência, podem aparecer também distúrbios de aprendizagem e problemas na escola, como a evasão e o atraso escolares.

“Sem contar quando ela está em plena aula e a interrompe por causa de um tiroteio”.

A interrupção de aulas e o fechamento de escolas têm sido comuns no Rio de Janeiro. Na última terça-feira (3), pelo menos 13 mil alunos da região de Vila Kennedy, na zona oeste, ficaram sem aulas por causa de confrontos entre criminosos e policiais.

Ontem (5), tiroteios durante uma operação policial deixaram 4 mil alunos sem aulas na região de Acari e Costa Barros, na zona norte.

Nesta semana, a Secretaria Municipal de Educação do Rio chegou a anunciar um projeto de capacitação de professores para acalmar alunos durante situações de crise, como incêndios, acidentes ou confrontos armados.

A sensação de abandono e o uso de drogas podem ser outras consequências da vivência cotidiana em meio a esses conflitos. A longo prazo, as crianças e adolescentes passam a aceitar a violência como uma prática comum, num processo de banalização dessa violência.

Segundo ela, a intensificação dos confrontos armados no Rio, que já duram mais de duas décadas, é hoje um reflexo da violência que ocorreu nos últimos anos.

“Esse homens que hoje se confrontam, sejam policiais, milicianos ou traficantes, foram crianças e adolescentes algum dia. Se eles tivessem aprendido o que é paz, se tivessem expectativa de futuro ou até mesmo melhor rendimento escolar, não estaríamos com a violência que temos hoje em dia. Temos que interromper esse ciclo, para que ele não continue se reproduzindo”, afirmou.

Para interromper esse ciclo, explica a especialista, é preciso que desde já haja investimentos em programas de prevenção da violência, em vez de recorrer simplesmente ao confronto policial. Esses programas, afirma Evelyn Eisenstein, devem ser não só para a Olimpíada de 2016, mas para o futuro da cidade.


Autor: Vitor Abdala
Fonte: Agência Brasil

Imprimir Enviar link

Solicite aqui um artigo ou algum assunto de seu interesse!

Confira Também as Últimas Notícias abaixo!

 
 
 
 
 
 
 
Facebook
 
     
 
 
 
 
 
Newsletter
 
     
 
Cadastre seu email.
 
 
 
 
Interatividade
 
     
 

                         

 
 
.

SIS.SAÚDE - Sistema de Informação em Saúde - Brasil
O SIS.Saúde tem o propósito de prestar informações em saúde, não é um hospital ou clínica.
Não atendemos pacientes e não fornecemos tratamentos.
Administração do site e-mail: mappel@sissaude.com.br. (51) 2160-6581