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Portadores de hepatite B crônica terão novas opções de tratamento no SUS
 
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11/11/2009

Portadores de hepatite B crônica terão novas opções de tratamento no SUS

Protocolo atualizado recomenda três novos medicamentos para a doença, principal causa de câncer no fígado

Os portadores da hepatite B contarão com novas opções para tratamento – três medicamentos antivirais, que, associados a outros dois já adotados no Sistema Único de Saúde, ampliam as alternativas de tratamento para o controle da ação do VHB (o vírus causador da doença) no organismo (veja quadro). As drogas fazem parte do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Hepatite Viral Crônica B e Coinfecções, lançado pelo Ministério da Saúde na terça-feira, dia 27 de outubro. A pasta está finalizando as negociações com os laboratórios e os medicamentos devem estar disponíveis nas unidades de saúde até o fim do primeiro trimestre de 2010.

MEDICAMENTOS INCORPORADOS

Os antivirais tenofovir, entecavir e adefovir.

Lamivudina e interferon convencional já fazem parte do protocolo anterior


De acordo com dados do Estudo de Prevalência de Base Populacional das Infecções pelos Vírus das Hepatites A, B e C nas capitais do Brasil, a prevalência da hepatite B 7,44% da população do conjunto das capitais brasileiras e do DF entre 10 a 69 anos já tiveram contato com o VHB (vírus causador da doença). Desses, quase todos o eliminaram do organismo. Mas 0,37% da população pesquisada – em torno de 127 mil pessoas – continuavam com o vírus. Ou seja, estavam com a forma aguda da doença ou desenvolveram a forma crônica.

A evolução para a forma crônica ocorre em aproximadamente 5% a 10% dos adultos expostos ao vírus. Associada ao consumo de álcool e fumo, à idade e ao histórico familiar, aumenta o risco de cirrose e câncer no fígado. É o tratamento que, ao reduzir a replicação da carga viral e o dano hepático, diminui as chances de evolução para essas doenças graves.

Tratamento – O último protocolo para tratamento de hepatites estava em vigor desde 2002. A publicação do atual, associada à centralização da compra dos medicamentos pelo Ministério da Saúde, estabelece uma nova política nacional para o tratamento da doença. Ele deve pautar a atuação de hepatologistas e infectologistas de todo o país.

Ao longo dos anos, os estados começaram a adotar medicamentos independentemente da recomendação do Ministério da Saúde, o que levou a uma oferta de terapia diferenciada entre as unidades da federação. “Com a compra centralizada dos medicamentos, o país vai oferecer as melhores opções de tratamento a menores custos, já que aumentará seu poder de negociação com os laboratórios”, explica Mariângela Simão, diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, ao qual o Programa Nacional de Prevenção e Controle das Hepatites Virais foi recentemente integrado.

Em recente negociação, finalizada em outubro, o Ministério da Saúde reduziu em 31,10% o valor pago pelo comprimido de tenofovir. Passou de US$ 2,54 para US$ 1,75, o que gerou uma redução de gasto de R$ 42,4 milhões para o orçamento de 2010. Com essa gestão, a pasta pode destinar parte dos recursos – cerca de R$ 20 milhões – para atender os portadores de hepatite B crônica no próximo ano sem grande impacto no orçamento, aumentando a eficiência do gasto.

Além dos novos medicamentos, o documento avança por recomendar a combinação de drogas para tratar pacientes em caso de resistência viral, além de propiciar o uso racional dos medicamentos. Isto é, o melhor medicamento ao custo mais baixo. Outra característica importante do novo protocolo é a recomendação da abordagem sequencial do tratamento, que preserva alternativas futuras de tratamento para eventual resistência viral e falha terapêutica.

Vacina

A vacina contra hepatite B é uma das principais medidas de prevenção contra a doença. Após as três doses da vacina, mais de 90% dos adultos jovens e 95% das crianças e adolescentes ficam imunizados contra a doença. Ela é oferecida na rede pública a toda a população até 19 anos desde 1998. Também está indicada para grupos específicos, como profissionais de saúde, independentemente da faixa etária.

A cobertura acumulada atual é cerca de 80% da população nessa faixa etária. Isso equivale a mais 50 milhões de pessoas que receberam as três doses da vacina. Já na faixa etária de 11 a 19, a cobertura cai para 63%. É uma das prioridades do Ministério a ampliação dessa cobertura para perto de 80%.

Cobertura vacinal acumulada contra hepatite B

Número de vacinados com três doses acumuladas da vacina contra a Hepatite B na população de 11 a 19 anos de idade, por estado no Brasil, de 1994 a março de 2009.

Clique na tabela para ampliar

Aguda X crônica

A infecção pelo vírus da hepatite B pode tornar-se crônica. Cerca de 30% dos adultos expostos ao VHB apresentam os sintomas da forma aguda – icterícia (cor amarela da pele e do branco dos olhos), febre, mal estar, náuseas, vômitos, dor nos músculos, colúria (urina escura) e hipocolia fecal (fezes claras). Essa porcentagem é ainda menor entre as crianças. A confirmação do diagnóstico da hepatite crônica se dá pela persistência do HBsAg por mais de seis meses, detectado por meio de testes sorológicos.

Os testes estão disponíveis na rede pública de saúde. Os estados têm autonomia para realizar a compra dos marcadores sorológicos para as hepatites virais B, pagos por procedimento pelo Ministério da Saúde.

Os testes de biologia molecular para a hepatite B são adquiridos por compra centralizada pelo Ministério da Saúde e distribuídos aos estados de acordo com a demanda por eles apresentada. Os resultados desse exame e da biópsia de fígado, quando necessária, definem o início do tratamento da hepatite crônica. Já está em processo de finalização a compra de 16.170 testes de carga viral para atendimento das unidades da federação ao longo de 2010.

Formas de transmissão da hepatite B

A hepatite viral B é transmitida pelo sangue, esperma e secreção vaginal. Assim a transmissão pode ocorrer pela relação sexual desprotegida, pelo compartilhamento de objetos contaminados como: lâminas de barbear e de depilar, escovas de dente, alicates de unha, materiais para colocação de piercing e para confecção de tatuagens, instrumentos para uso de drogas injetáveis (cocaína, anabolizantes e complexos vitamínicos), inaláveis (cocaína) e pipadas (crack), acidentes com exposição a material biológico e procedimentos cirúrgicos, odontológicos e de hemodiálise, em que não se aplicam as normas adequadas de biossegurança. A transmissão via transfusão de sangue e hemoderivados é rara em face da triagem sorológica obrigatória nos bancos de sangue (desde 1978 para a hepatite B e 1993 para a hepatite C).

Geralmente, a transmissão vertical ocorre no momento do parto e dentre as hepatites virais o risco é maior para hepatite B, ocorrendo em 70% a 90% dos casos cujas gestantes apresentam replicação viral. Ressalta-se que os recém-nascidos de mães HBsAg reagentes devem receber a primeira dose da vacina contra hepatite B e imunoglobulina. A infecção via transplacentária é incomum. Na hepatite C esse mecanismo de transmissão é menos frequente, podendo ocorrer em cerca de 6% dos casos, chegando a 17% nas gestantes coinfectadas com o vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Apesar da possibilidade de transmissão pelo aleitamento materno, não há evidências conclusivas de aumento do risco à infecção, exceto na ocorrência de fissuras ou sangramento nos mamilos.

Assim como para a prevenção da aids, o MS vai intensificar seus materiais informativos de prevenção para Hepatite B durante o carnaval. Como as principais formas de infecção são muito similares às da transmissão do vírus da AIDS, o carnaval fará parte das ações para prevenção da hepatite B no próximo ano. Salões de beleza e estúdios de tatuagem também serão espaços estratégicos para a divulgação de informações sobre a prevenção da doença.

Confira tabelas da pesquisa: PPT [399 KB].


Autor: Imprensa
Fonte: Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais

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