A enxaqueca com aura – marcada por dores de cabeça acompanhadas por manifestações visuais, auditivas, sensitivas ou motoras – está associada a um risco duas vezes maior de um acidente vascular cerebral isquêmico, segundo estudo recentemente publicado na revista British Medical Journal. E, segundo os autores, haveria maior risco entre as mulheres com menos de 45 anos, tabagistas e em uso de contraceptivos orais.
A partir de dados obtidos através de bancos virtuais e em listas de artigos de revisão publicados até janeiro de 2009, pesquisadores dos EUA, França e Alemanha estudaram a associação entre a enxaqueca e doença cardiovascular, incluindo derrames cerebrais (acidente vascular cerebral - AVC), infarto do miocárdio e morte devido à doença cardiovascular. Entre os trabalhos selecionados para análise, nove estudos avaliaram a associação entre a enxaqueca e o AVC isquêmico, oito estudos investigaram a associação entre enxaqueca e infarto do miocárdio e cinco estudos entre a enxaqueca e morte por causa cardiovascular; apenas um avaliou a associação entre mulheres que tiveram enxaqueca com aura, infarto do miocárdio e morte devido à doença cardiovascular, mostrando um risco duas vezes maior.
Foi observado um risco significativamente maior em pessoas que tiveram enxaqueca com aura em relação àquelas que tinham enxaqueca sem aura (2,16 vs 1,23). E os resultados sugeriram um risco mais elevado em mulheres (2,08) em relação aos homens (1,37) e naquelas com idade menor que 45 anos, tabagistas e em uso de contraceptivos orais. Não foram observadas associações entre enxaqueca e infarto do miocárdio ou morte devido à doença cardiovascular.
Fonte: BMJ. Oct 2009. 339:b3914