
Má notícia para os que gostam de ficar bronzeados com recursos artificiais. Desde a quarta-feira, 11 de novembro, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu no Brasil o uso de equipamentos para bronzeamento artificial de finalidade estética que utilizam tecnologia de emissão de radiação ultravioleta. Nenhuma clínica do país pode mais realizar o procedimento. Enquanto especialistas e apoiadores da causa divergem quanto à proibição, a médica oncologista do Hospital Amaral Carvalho, Ana Gabriela Sálvio, é a favor da Anvisa.
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Para a oncologista Ana Gabriela Sálvio, população deve optar por autobronzeadores para não agredir a pele |
A responsável pelo Programa de Prevenção do Melanoma da instituição é categórica quando o assunto é cuidado a pele. “É uma vitória para a oncologia. Vários estudos recentes apontam cientificamente o malefício das câmaras de bronzeamento artificial. O IARC (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer), órgão internacional de pesquisas em câncer, publicou recentemente o resultado de sete estudos multicêntricos evidenciando que o indivíduo que inicia sessões de bronzeamento artificial antes dos 35 anos de idade aumenta o seu risco de desenvolver melanoma em 75%”, explica a médica.
A utilização de bronzeamento artificial pode causar câncer de pele, de acordo com a oncologista, devido a altas doses de exposição a raios ultravioletas UVA e UVB, que implicam no aparecimento da neoplasia. Carcinoma Espinocelular, Carcinoma Basocelular e Melanoma são os tipos de câncer que podem ser desenvolvidos mediante a exposição a esses raios. O tempo entre a exposição e o desenvolvimento do câncer é variável de acordo com cada indivíduo.
No entanto, os raios ultravioletas não fazem apenas mal à saúde. Em doses pré-determinadas, sua utilização é recurso para tratamento de várias doenças, como vitiligo, psoríase, complicações cutâneas de transplante de medula e linfomas de pele.
Câmara ou sol?
Mas, o que é mais prejudicial à pele, a exposição ao sol ou ao bronzeamento artificial? De acordo com dra. Gabriela, na câmara de bronzeamento, a exposição aos raios ultravioletas é maior. Quinze minutos de exposição são equivalentes a um dia todo exposto ao sol de verão.
Para quem ficou órfão da opção de bronzeamento por meio das câmaras de exposição ultravioleta, a médica Ana Gabriela recomenda o uso de autobronzeadores, substâncias a base de dihididroxiacetona, que permitem o bronzeamento sem exposição ao sol. “Devemos sempre lembrar que a exposição demasiada ao sol não é alternativa”.