Além da troca cultural, o estudante ainda tem a oportunidade de viver por um período como um morador local, descobrindo gírias e dialetos, fazendo atividades de lazer típicas da cidade, e conhecendo a gastronomia, a arte e os pontos turísticos e importantes do país escolhido. Com alguns souvenirs e muitas fotografias no rolo da câmera, o aluno volta com mais conhecimento, com o vocabulário muito mais amplo e com a pronúncia aprimorada.
Destinos
De acordo com a professora de inglês e coordenadora da área de Idiomas do Senac Viamão, Camila Presser, países como Inglaterra, Irlanda, Estados Unidos, Austrália e Canadá estão mais preparados para receber quem estuda inglês, por exemplo. Mas ela pontua: "quando buscamos a experiência do intercâmbio todos os lugares são válidos, pois todos terão algum aprendizado e com certeza vão desafiar o aprendiz do idioma".
Ao tomar a decisão de fazer um intercâmbio e escolher seu destino, o estudante deve levar em consideração alguns fatores, entre eles cultura e clima do local. Segundo Camila, a dica é procurar por lugares históricos e não tão turísticos. Eles oferecem ao viajante uma experiência mais real da língua. "Para escolher melhor a época da viagem e a duração, é importante observar o clima; quando é a alta temporada, ou seja, quando a procura por aquele destino é mais forte; e quais os objetivos que o aprendiz busca, se ele quer apenas visitar, se ele quer estudar, se ele quer trabalhar, e assim por diante", explica a docente.
Benefícios e desafios
A experiência de estar em um país no qual os moradores não falam a sua língua materna faz com que a intensidade do aprendizado seja muito maior. Isso porque as situações são imprevisíveis, o que faz com que a pessoa tenha que desenvolver uma agilidade nos pensamentos. "Esta agilidade em pensar no outro idioma é o que muitas vezes impede alunos, principalmente mais adultos, de arriscar e de tentar", revela Camila.
De acordo com a professora, há um certo pudor adquirido com o passar dos anos, que as crianças não possuem tanto. "O medo de errar faz com que muitas vezes alunos com alto conhecimento da língua ainda tenham dificuldades para falar", destaca.
Mercado de trabalho
Em um mercado de trabalho cada vez mais exigente e competitivo, a experiência de ter morado — mesmo que por um período curto — em outro país e convivido com uma cultura nova se torna um diferencial entre os demais candidatos. "Quem teve a oportunidade de observar e viver em uma sociedade diferente da sua pode contribuir com ideias que muitas vezes já são práticas corriqueiras em outros lugares, mas que no seu país ainda não acontecem", argumenta Camila.
Outro aspecto que a professora ressalta é a socialização. Segundo ela, quem está em um intercâmbio precisa interagir com pessoas diferentes em muitos contextos. Isso faz com que se aprenda a conviver com diferentes pensamentos e comportamentos. "Por fim, o intercâmbio ainda desenvolve a proatividade, pois quando o aluno se vê diante de situações a serem resolvidas ou de decisões que precisam ser tomadas, ele precisa buscar as ferramentas necessárias para solucionar os imprevistos", conclui.
Camila Presser é formada em Letras - Língua Inglesa pela UFRGS. É professora de Inglês categoria B e auxilia na coordenação da área de idiomas no Senac Viamão.