.
 
 
TDAH
 
Notícias
 
     
   

Tamanho da fonte:


20/11/2009

TDAH

Crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade têm um risco maior de apresentar deficiência de cobre e zinco

A avaliação do estado nutricional global das crianças com transtorno hiperativo e déficit de atenção (TDAH) aponta que esta população de pacientes está sob risco de deficiência de micronutrientes, tais como o zinco e o cobre – minerais que desempenham um papel crucial na síntese de dopamina, noradrenalina e melatonina, substância que regula o sono.

Um estudo realizado por pesquisadores da University of British Columbia e do Children's and Women's Health Centre de Vancouver, no Canadá foi apresentado durante o 56º encontro anual da American Academy of Child & Adolescent Psychiatry. Nele foram avaliadas 44 crianças com diagnóstico de TDAH, cujas idades variavam entre 6 e 12 anos; as taxas de deficiência de zinco e cobre foi de 45% e de 35%, respectivamente.

A pesquisadora principal, Dra. Margaret Weiss disse ao Medscape Psychiatry que “existem vários estudos com crianças que apresentam TDAH que avaliaram a ingesta de açúcar e etc., mas nenhum realmente avaliou a ingesta alimentar e os seus nutrientes entre estas crianças”.

Em conjunto com o autor principal, Dr. Joy Kiddie, o estudo incluiu 44 crianças hiperativas, com idades entre 6 e 12 anos e que haviam recebido ou não o tratamento farmacológico. Destas, 17 nunca haviam feito uso de nenhuma medicação, 18 estavam em uso de estimulantes e 9 estavam utilizando a atomoxetina.

A ingestão diária de alimentos foi avaliada através de anotações de três dias e da lembrança do que foi ingerido nas ultimas 24 horas. As anotações incluíam avaliações a respeito da ingestão de macro e micronutrientes com base nas recomendações de ingestão diária de cada um deles.

A lembrança do que oi ingerido nas ultimas 24 horas foi utilizada para avaliar o percentual de nutrientes de baixa densidade ingeridos pela criança, ou o que é comumente chamado de “besteiras”.

O estudo revelou que os níveis séricos de zinco estavam inferiores aos padrões normais em 77% das crianças com idade entre 6 e 9 anos, e em 67% das crianças com idades entre 10 e 12 anos. Além disso, 25% das crianças apresentavam níveis séricos de zinco inferiores ao cutoff determinante da deficiência deste mineral. 23% das crianças apresentavam níveis séricos de cobre inferiores aos padrões normais.

Nenhuma diferença entre aqueles que consumiam muitas besteiras

Os pesquisadores descobriram que a amostra de pacientes estudada consumia as mesmas quantidades de proteína, carboidratos e de gordura que as recomendadas diárias e que as demais crianças. Além disso, as crianças com TDAH não consumiam mais alimentos de baixa densidade nutricional que as demais.

Contudo, 40% dos pacientes ingeriam menos carne (e substitutos) que as quantidades recomendadas e apresentavam níveis inferiores de micronutrientes relacionados, que são cofatores essenciais para a produção de dopamina, noradrenalina e melatonina pelo organismo.

As aferições sanguíneas dos micronutrientes replicaram os achados prévios de deficiência de zinco e revelaram, pela primeira vez, a deficiência de cobre. Além disso, os níveis plasmáticos de ferritina estavam inferiores a 50 mg/ml na maioria destas crianças, valor mínimo necessário para a sua entrada no sistema nervoso central.

A Dra. Weiss comentou que “existe uma crença de que a criança com TDAH come mais besteiras do que as demais, o que não se confirmou nesta pesquisa. Contudo, nossos achados sugerem que as crianças com TDAH são nutricionalmente diferentes das demais, uma vez que elas comem menos carne, peixe e frango, e possuem níveis menores dos micronutrientes relacionados, que são essenciais para que o organismo produza dopamina, noradrenalina e melatonina”.

A necessidade de dar mais atenção à nutrição

Em outro estudo, também apresentado durante o 56º Encontro Anual da American Academy of Child & Adolescent Psychiatry, o Dr. Eugene Arnold e seus colaboradores da Ohio State University, em Columbus, relataram que a suplementação de 15 ou 30 mg de zinco elementar, em comparação com placebo, não causou nenhuma diferença nos sintomas das crianças que apresentavam TDAH, após 13 semanas de tratamento.

Segundo a Dra. Weiss, este estudo levanta uma serie de questionamentos, uma vez que trabalhos anteriores haviam sugerido que a suplementação de zinco interferia nos sintomas deste transtorno.

“Não é apenas uma questão sobre o que a criança come, mas também se elas são capazes de absorver e metabolizar o zinco, ou então se elas estão excretando este mineral em demasia. Em outras palavras: existira algum fenômeno de esgotamento do zinco?” comentou a pesquisadora.

Ela disse ainda que, com base neste estudo, ainda é muito cedo para fazer qualquer recomendação clínica além de que as crianças com TDAH devam ter uma dieta adequada, que inclua quantidades apropriadas de peixe, carne e frango. Contudo, reconheceu, este pode ser um grande desafio, sobretudo entre as crianças que fazem uso de estimulantes por causa da redução do apetite induzida pelo medicamento.

Ela acrescentou ainda ser importante que os clínicos com experiência na avaliação nutricional possam fornecer aos pais informações a respeito de uma boa nutrição. E disse: “tradicionalmente, a ênfase na abordagem terapêutica das crianças com TDAH se baseia no tratamento do espectro dos sintomas deste transtorno, mas também é importante abordar as questões básicas de saúde, tais como o sono, a nutrição e o crescimento. Uma boa saúde faz toda a diferença”.


A Dra. Weiss relatou que fornece consultoria e/ou recebeu apoio financeiro para pesquisas da Eli Lilly and Company, Janssen, Purdue University, Shire Pharmaceuticals Inc e da Takeda Pharmaceuticals North America, Inc.

 


Autor: Caroline Cassels
Fonte: Medcenter MeScape

Imprimir Enviar link

Solicite aqui um artigo ou algum assunto de seu interesse!

Confira Também as Últimas Notícias abaixo!

 
 
 
 
 
 
 
Facebook
 
     
 
 
 
 
 
Newsletter
 
     
 
Cadastre seu email.
 
 
 
 
Interatividade
 
     
 

                         

 
 
.

SIS.SAÚDE - Sistema de Informação em Saúde - Brasil
O SIS.Saúde tem o propósito de prestar informações em saúde, não é um hospital ou clínica.
Não atendemos pacientes e não fornecemos tratamentos.
Administração do site e-mail: mappel@sissaude.com.br. (51) 2160-6581