
Alguns tipos de antibióticos usados durante a gravidez podem estar associados a diversos defeitos e má-formações fetais, segundo estudo publicado este mês na revista Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine. De acordo com pesquisadores americanos, o estudo mostrou que penicilinas, eritromicinas e cefalosporinas – antibióticos comumente utilizados pelas gestantes – não estão associados com diversas má-formações. Porém as sulfonamidas e as nitrofurantoínas poderiam aumentar os riscos de defeitos no desenvolvimento do feto.
A pesquisa avaliou a associação entre o uso de antibióticos e má-formações específicas através de um estudo caso-controle de mais de 13 mil mulheres que deram à luz a bebês com uma de 30 malformações importantes e de um grupo controle de quase 5 mil mulheres da mesma região geográfica. Foi registrado o relato de uso de antibióticos pela mãe em qualquer momento desde um mês antes da gravidez até o final do primeiro trimestre.
Os resultados indicaram que o uso de antibióticos aumentou durante a gravidez, com pico no terceiro mês. As sulfonamidas estiveram associadas com diversos defeitos fetais, incluindo anencefalia (OR 3,4), síndrome de hipoplasia do coração esquerdo (OR 3,2), coarctação da aorta (OR 2,7), atresia de coanas (OR 8,0), deficiência transversal de membros (OR 2,5) e hérnia diafragmática (OR 2,4). E o uso das nitrofurantoínas também aumentava os riscos de malformações, como enoftalmia ou microftalmia (OR 3,7), síndrome de hipoplasia do coração esquerdo (OR 4,2), defeitos do septo atrial (OR 1,9) e fenda palatina e lábio leporino (OR 2,1).
Segundo os pesquisadores, outros agentes antibacterianos que mostraram associações foram a eritromicina (dois defeitos), a penicilina (um defeito), cefalosporinas (um defeito) e as quinolonas (um defeito). Por isso, eles ressaltam a importância de se fazer o pré-natal, e de não utilizar medicamentos sem prescrição médica, principalmente na gestação.
Fonte: Arch Pediatr Adolesc Med. Volume 163, Number 11, Nov 2009. Pages 978-985