A escola representa um contexto social chave na formação e desenvolvimento comportamental nos jovens. E um novo estudo publicado no Journal of Child Psychology and Psychiatry indica que a escola pode exercer influências negativas e positivas em relação à continuidade dos distúrbios de personalidade na adolescência. Por isso, segundo os autores, cabe à escola assumir seu papel em discutir e abordar esses problemas para guiar os jovens.
Pesquisadores de Nova Iorque acompanharam, até a idade adulta, 592 adolescentes, avaliando-os quanto às suas experiências escolares e familiares, distúrbios psiquiátricos, sintomas de distúrbio de personalidade. Foram estimadas as associações entre o ambiente escolar na adolescência e os sintomas de transtornos de personalidade no início da idade adulta independentemente de idade, sexo, status socioeconômico; maus tratos na infância; transtornos psiquiátricos, sintomas de problemas de personalidade, notas escolares e punição pelos pais na adolescência; e quatro dimensões do ambiente escolar.
As escolas classificadas como tendo alto foco no aprendizado estiveram relacionadas com redução dos sintomas do tipo B (antissocial, histriônico e personalidade narcisista), enquanto as escolas classificadas como de alta possibilidade para a autonomia dos estudantes estiveram relacionadas com redução nos sintomas do tipo A (transtorno de personalidade paranoide, esquizoide e esquizotípica). Em contraste, as escolas caracterizadas como conflituosas ou que apoiavam um comportamento interpessoal informal/familiar entre os estudantes e professores estiveram relacionadas com um aumento nos sintomas do tipo A e C (dependente, hesitante, e obsessivo-compulsivo).
Fonte: J Child Psychology and Psychiatry. Volume 50, Issue 12, 2009. Pages 1504-1512