Deixar de dormir algumas noites afeta as respostas que necessitam de precisão e pode levar a erros perigosos, especialmente para os profissionais que trabalham com emergências, incluindo policiais, bombeiros, médicos ou outros serviços que precisam de atenção extrema e que trabalham em turnos contínuos.

Todd Maddox e David Schnyer, da Universidade do Texas, EUA, indicam em seu estudo que uma privação do sono, mesmo que moderada, causa uma mudança nas respostas cognitivas das pessoas, de um processo mais rápido e acurado de categorização da informação para um processo mais controlado e baseado em regras e automatismos, resultando em uma pior performance.

Os pesquisadores examinaram como a privação de um tempo do sono causou efeitos negativos no processo integrado-informacional, uma operação cognitiva que se baseia na tomada de decisões instantâneas (também conhecido como reflexo).

Os pesquisadores contaram com a ajuda de 49 cadetes do exército que foram acompanhados durante 2 dias. Uma série de atividades foi proposta, e repetida após 24 horas. Uma parte dos participantes foi privado do sono, em tempos diversos, enquanto uma outra parte – que serviu de grupo de comparação, ou grupo controle – descansou.

As atividades feitas pelo grupo de controle tiveram uma melhora de 5% em relação ao dia anterior, principalmente quando as tarefas eram feitas após o período de descanso. No grupo privado do sono a acuidade das performances caiu 3% de um dia para o outro e pioravam quanto mais esses participantes mudavam suas repostas integradas para respostas baseadas em regras ou automatizadas.

O estudo, que foi publicado no periódico científico SLEEP, mostrou que a medição do nível de cansaço dos participantes podia ser medido pelo quantidade de recorrências de ações automatizadas. Essa foi a primeira vez que um estudo mostrou um procedimento de medição cognitivo para esse tipo de atividade.

As variações dos efeitos da falta de sono tiveram resultados bastante díspares, o que pode ajudar no treino desses profissionais que lidam com situações sob pressão, onde vida e morte dependem de atitudes e decisões rápidas.