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Sibutramina pode elevar risco cardíaco
 
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14/12/2009

Sibutramina pode elevar risco cardíaco

Estudo feito com 10 mil pacientes mostrou que droga usada para emagrecer aumenta chances de infarto e de derrame

O FDA (agência responsável pelo controle de drogas e alimentos dos EUA) investiga uma possível associação da sibutramina -uma das drogas mais usadas no Brasil para tratar obesidade- com um maior risco cardiovascular. Na semana passada, o Public Citizen, grupo de defesa do consumidor americano, pediu à agência a proibição da droga.

O pedido foi feito com base em resultados preliminares de um estudo internacional de larga escala (chamado Scout) com 10 mil pacientes, que mostrou que 11,4% dos que tomaram sibutramina (Meridia, da Abbott) morreram ou sofreram paradas cardíacas ou derrames.

Entre os pacientes que receberam placebo, a taxa de eventos graves foi de 10%. Para os pesquisadores, a diferença de 1,4 ponto percentual tem relevância estatística.

Desenvolvida na década de 80 e aprovada pelo FDA em 1997, a sibutramina promove a saciedade. Na bula do medicamento há um alerta de que a droga pode causar efeitos colaterais, que vão de dor de cabeça e constipação até pressão alta e aceleração dos batimentos cardíacos. Pessoas com problemas de coração não devem fazer uso da droga.

O clínico-geral Pieter Cohen, professor na Escola de Medicina de Harvard e um dos estudiosos mais respeitados sobre os efeitos das pílulas de emagrecimento, diz que o estudo Scout é muito importante por ser o primeiro grande trabalho a acompanhar não só a perda de peso mas também os desfechos clínicos causados pelo remédio.

"Como até agora não havia provas da segurança da droga, eu não a prescrevo, embora trate de centenas de pessoas para a perda de peso. Tento investir em mudanças de estilo de vida e terapia cirúrgica, quando apropriada", afirmou à Folha.

Segundo ele, embora a sibutramina ajude a reduzir "modestamente" o peso, pode aumentar o risco cardiovascular. A droga é indicada a pessoas com IMC (índice de massa corporal) acima de 30.

Para Ricardo Meirelles, presidente da Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), a sibutramina é a droga mais segura do mercado -já que as anfetaminas foram praticamente banidas-, desde que bem indicada. Os resultados do novo estudo não invalidam a sua utilização, segundo o endocrinologista.

"As pessoas que participaram do Scout já tinham fatores de risco cardiovascular e, normalmente, não deveriam receber o medicamento. O estudo foi feito para ver se esses pacientes poderiam ser beneficiados. Infelizmente, esses resultados preliminares mostram que isso não ocorreu."

Ele afirma que é muito difícil tratar o paciente obeso. "Temos que avaliar se os riscos não superam os benefícios. Nenhum medicamento faz milagre se a pessoa não adotar mudanças no estilo de vida".

O porta-voz internacional do laboratório Abbott, Kurt Ebenhoch, informou que o remédio é seguro quando usado conforme o recomendado. O Meridia "não é indicado ou aprovado para o uso em mais de 90% dos pacientes que participaram do estudo Scout", disse ele, por meio de nota.

Além do Meridia, a sibutramina é substância ativa de outros remédios usados para emagrecimento e também de fórmulas que podem ser preparadas em farmácias de manipulação com receita médica.


Autor: Cláudia Collucci
Fonte: Folha de São Paulo

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