A terapia antiretroviral tem importância reconhecida no tratamento das pessoas infectadas com o vírus HIV. E um novo estudo realizado por pesquisadores americanos e congoleses indica que, em crianças infectadas com HIV em áreas endêmicas para tuberculose, a terapia reduz em 50% o risco de desenvolver essa doença respiratória potencialmente fatal.
Os especialistas estimaram os efeitos da terapia antiretroviral na incidência de tuberculose em um grupo de 364 crianças infectadas com o HIV, sem uso prévio desse tratamento e sem tuberculose, incluídas no programa de cuidados com o HIV em Kinshasa no período entre dezembro de 2004 e abril de 2008. A idade média no início do estudo era de 6,9 anos, e 44,8% estavam nos estágios clínicos 3 e 4.
Durante o acompanhamento, 66,5% das crianças iniciaram o tratamento com antiretroviral, e 22,3% desenvolveram tuberculose. Ao diagnóstico dessa doença respiratória, 50,6% estavam recebendo a terapia, e a incidência de tuberculose naqueles que estavam recebendo antiretroviral foi de 10,2 por 100 pessoas/anos, em comparação com 20,4 por 100 pessoas/anos entre aqueles que estavam recebendo apenas tratamento primário para HIV.
A incidência da doença diminuiu ao longo do tratamento com antiretroviral de 18,9 por 100 pessoas/anos nos primeiros seis meses para 5,3 por 100 pessoas/anos após 12 meses de tratamento. Segundo os autores, a taxa de risco estimado de tuberculose para o uso da terapia antiretroviral foi de 0,51 – ou seja, aqueles em tratamento tinham 49% menor risco de desenvolver a enfermidade respiratória.
Fonte: International Journal of Epidemiology. Volume 38, Number 6, 2009. Pages 1612-1621