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Farmácia caseira põe saúde em risco
 
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15/12/2009

Farmácia caseira põe saúde em risco

Segundo a OMS, cerca de 6 milhões de casos de intoxicação são registrados por ano; uso incorreto é a causa mais comum

O Brasil é um dos países onde mais se consome remédios. Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 6 milhões de casos de intoxicação são registrados no País a cada ano. O uso incorreto de medicamentos é a causa mais comum. Em segundo, vem a intoxicação provocada por produtos de limpeza. Com base nesses números e pela experiência do dia-a-dia, o farmacêutico Ari Tiago Faustino de Sousa afirma que o brasileiro é hipocondríaco.

“Ele aceita sugestão da vizinha, de amigos, de todo mundo. Ele não procura orientação correta e se automedica demais”, constata. Por ter mania de doença, o hipocondríaco tende a se sentir melhor ao tomar uma série de remédios, avaliando assim estar livre das doenças.

A prática comum entre as famílias brasileiras de manter uma “farmacinha” dentro de casa é encarada pelo farmacêutico como perigosa. Segundo ele, normalmente, nessas caixas de remédios são depositados medicamentos que sobraram do tratamento passado. No caso dos sintomas voltarem, corre-se o risco das pessoas cederem à tentação de tomar novamente os mesmos produtos ou de repassá-los a um outro integrante da família ou da vizinhança com o argumento de que se foi bom para ele poderá ser também para o outro.

De acordo com Ari, desta forma, as pessoas podem tomar uma medicação muito além do que o necessário, sobrecarregando o organismo, ou ingerir uma substância que não é eficaz para aquele novo problema ou da outra pessoa. Segundo ele, esse é o inconveniente de se guardar sobras de remédios.

O farmacêutico lembra que em 2007 foi publicada uma resolução relacionada ao fracionamento do medicamento. Além de evitar o estoque em casa, a compra fracionada saía mais barata para o consumidor. No entanto, a resolução não teve a repercussão que deveria ter e, embora em vigor, mas o fracionamento não tem sido feito.

Ari revela que há uma consulta pública em andamento que passa a incluir os antibióticos na lista de medicamentos controlados, ou seja, vendidos somente com apresentação de receita médica. Isso em virtude do uso indiscriminado que a população faz da substância. “Basta uma leve dor de garganta para se tomar um antibiótico”, diz.

Na opinião dele, a mesma discussão deveria ser feita em torno de alguns antiinflamatórios que apresentam efeitos colaterais sérios se a dose for elevada. “Todos os medicamentos têm uma característica própria que, associada a certos alimentos, pode provocar uma reação adversa. Por isso, é fundamental o aconselhamento técnico. Não devemos nunca tomar remédio por conta. No mínimo, devemos ligar para o médico e perguntar se podemos tomar tal medicamento”, recomenda.

Ari lembra o caso de um cliente que chegou na farmácia com dor no braço, querendo um antiinflamatório. Ao invés de levar a substância para casa, ele foi aconselhado a procurar um médico. Após os exames, descobriu-se que o cliente estava com um princípio de infarto. “Se eu vendo um antiinflamatório, ele pensa que o problema está resolvido e vai para casa.”

De acordo com o professor de farmacologia e pesquisador do Instituto Lauro de Souza Lima, Dejair Caitano do Nascimento, o remédio não é a salvação quando usado sem a devida orientação médica. Ao contrário, quando mal administrado, ele pode agravar o problema.

No caso dos antibióticos, ele lembra que a automedicação pode ocasionar um problema de saúde pública. Isso porque a medicação errada pode não eliminar todos os microorganismos. “É como numa guerra, morrem os fracos e ficam os fortes”, compara.

Os vírus e bactérias mais resistentes continuam no organismo e passam a contaminar outras pessoas. “Os fortes aprendem um jeito de se defender dos medicamentos e isso cria um problema social grande, de saúde pública, porque produz infecções cada vez mais agressivas e difíceis de serem resolvidas com os antimicrobianos que temos disponíveis”, argumenta Dejair.


Autor: Adilson Camargo
Fonte: JCNET

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