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Sistema ineficiente induz à automedicação, diz pesquisador
 
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15/12/2009

Sistema ineficiente induz à automedicação, diz pesquisador

A demora para se conseguir uma consulta é um dos motivos para que a automedicação seja uma prática tão comum entre os brasileiros

A demora para se conseguir uma consulta é apontada pelo professor de farmacologia e pesquisador do Instituto Lauro de Souza Lima, Dejair Caitano do Nascimento, como um dos motivos para que a automedicação seja uma prática tão comum entre os brasileiros.

Na avaliação dele, o sistema de saúde no País não atende adequadamente as necessidades da população. As pessoas precisam esperar o atendimento em uma fila, na maioria das vezes, demorada, seja no serviço público ou privado. Quando conseguem ser atendidos, geralmente, o problema desapareceu ou mudou a característica da doença.

“No desespero, eles tomam o que alguém falou que é bom”, diz. “O que nós precisamos, na verdade, é de políticas de assistência médica e de distribuição de medicamentos adequadas. Mesmo nos serviços privados (planos de saúde), as pessoas estão tendo dificuldades para serem atendidas em um tempo curto. Às vezes, os segurados levam quatro ou cinco meses para serem atendidos. O sistema privado tem virado um SUS pago”, aponta.

Segundo Dejair, isso dificulta o diagnóstico correto da doença e, conseqüentemente, faz com que o doente consuma remédios inadequados até que consiga ser atendido.

A falta de tempo para ir ao médico é outro aspecto que leva à automedicação. O medo de perder dia de trabalho é uma barreira para procurar um consultório, um posto de saúde ou mesmo um pronto-socorro.

Para diminuir a automedicação e o consumo abusivo de remédios, a solução, segundo o pesquisador, passa, necessariamente, por uma política adequada de assistência médica. “O atendimento tem de ser mais ágil”, afirma.

Ele lembra que há também aqueles que não gostam de ir ao médico. Por isso, é preciso que se invista em um processo de educação para que as pessoas consumam adequadamente a medicação. Para que a população não trate o medicamento como sendo a salvação nem como sendo uma coisa terrível. “Nem uma coisa nem outra é correta”, frisa.

Na opinião do farmacêutico Antonio Cesar Lopes Dias, outra forma de evitar ou pelo menos dificultar a automedicação é levar novamente os medicamentos para trás do balcão. Hoje, uma parte dos produtos, aqueles que não precisam de receita médica para serem adquiridos, estão expostos em gôndolas, do lado de fora do balcão. Na visão dele, a facilidade de acesso estimula a compra. Embora sejam medicamentos de venda livre, não podem ser consumidos indiscriminadamente.

Ele comenta que existem pessoas que vivem a base de remédios sem estarem, necessariamente, doentes. “Tem gente que toma um remédio para dormir e outro para acordar”, conta. Em certos casos, o consumidor procura medicamento para combater os efeitos colaterais de uma outra substância que ele tomou para tratar alguma doença. “É remédio que não acaba mais.”

Segundo o farmacêutico, essa é uma prática que está no inconsciente coletivo do brasileiro, independentemente de classe social. Seja rico ou pobre, o costume é o mesmo. E entre as substâncias campeãs de venda, Cesar cita os analgésicos, antitérmicos e os antiinflamatórios. Curiosamente, medicamentos que não precisam de receita médica para serem adquiridos. Outro que sai bastante, mas num volume menor, são os calmantes. O fato da venda ser controlada, ou seja, de necessitar de indicação do médico para ser vendida, torna o acesso aos calmantes mais restrito.


Autor: Adilson Camargo
Fonte: JCNET

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