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Voluntários digitam com o poder da mente
 
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15/12/2009

Voluntários digitam com o poder da mente

Ondas Cerebrais podem 'Escrever' em Computador, indicam testes preliminares de pesquisadores da Mayo Clinic

Neurocientistas da Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, demonstraram que ondas cerebrais podem ser usadas para digitar caracteres alfanuméricos na tela de um computador. Num dos testes, por exemplo, bastou a um paciente se concentrar no “q” em uma matriz de letras, para o “q” aparecer no monitor.

Os pesquisadores dizem que a descoberta, apresentada no encontro anual da Sociedade Americana de Epilepsia, representa um progresso concreto na viabilização de uma interface cérebro- computador, que poderá, um dia, ajudar pessoas, portadores de diferentes distúrbios, a controlar dispositivos, tais como braços e pernas protéticos. Doença de Lou Gehrig e lesões da medula espinhal são dois dos distúrbios que podem ser beneficiados com esta nova tecnologia.“Mais de 2 milhões de pessoas nos Estados Unidos podem se beneficiar de dispositivos auxiliares, controlados por uma interface cérebro-computador”, diz o pesquisador principal do estudo, o médico neurologista Jerry Shih. “Esse estudo constitui um primeiro passo no caminho em direção ao futuro e representa um progresso tangível no uso de ondas para se realizar certas tarefas”, ele explica.

O neurologista Jerry Shih e outros pesquisadores da Clínica Mayo trabalharam com Dean Krusienski, Ph.D., da Universidade do Norte da Flórida, nesse estudo que foi conduzido em dois pacientes com epilepsia. Esses pacientes já vinham sendo monitorados, para controle da convulsão, através de eletrocorticografia (ECoG), na qual eletrodos são colocados diretamente na superfície do cérebro, para registrar as correntes elétricas produzidas pelas descargas das células nervosas. Esse tipo de procedimento requer uma incisão cirúrgica no crânio.

O neurologista queria estudar uma interface cérebro-computador nesses pacientes, porque, hipoteticamente, as informações retornadas pelos eletrodos colocados diretamente no cérebro poderiam ser muito mais específicas do que os dados coletados através de eletroencefalografias (EEGs), nos quais os eletrodos são colocados no couro cabeludo. A maioria dos estudos de interação cérebro-computador foram feitos com EEGs, diz o neurologista.

“Há uma grande diferença entre a qualidade de informação obtida com o ECoG e com o EEG. No EEG, o couro cabeludo e o osso do crânio dissipam e distorcem o sinal, da mesma forma que a atmosfera terrestre obscurece a luz das estrelas”, ele diz. “É por isso que o progresso do desenvolvimento dessa espécie de interface da mente tem sido lento”, afirma.

Como esses pacientes já tinham eletrodos de ECoG implantados em seus cérebros, para os médicos descobrirem a área em que as convulsões se originaram, os pesquisadores puderam testar essa novíssima interface cérebro-computador. Nesse estudo, os dois pacientes foram colocados em frente a um monitor que estava conectado a um computador, no qual os pesquisadores instalaram um software projetado para interpretar sinais elétricos vindos dos eletrodos.

Os pesquisadores solicitaram aos pacientes para olhar para uma tela, que apresentava uma matriz 6 por 6, com um único caractere em cada quadrado. Todas as vezes que o quadrado com uma certa letra cintilava – e que o paciente estava focado nele, o computador registrava a resposta do cérebro à letra cintilante. Os pesquisadores pediram então aos pacientes que se focassem em letras específicas e o software do computador registrou as informações. A seguir, o computador calibrou o sistema com a onda cerebral específica de cada indivíduo, fazendo com que uma letra aparecesse na tela quando o paciente se focava nela.

“Nós podemos predizer, de forma consistente, as letras desejadas por nossos pacientes, com quase 100% de precisão”, diz Jerry Shih. Embora isso seja comparável a resultados obtidos por outros pesquisadores, essa abordagem é mais localizada e pode, potencialmente, fornecer uma taxa de comunicação mais rápida. Nosso objetivo é encontrar uma maneira de usar, de forma eficaz e consistente, as ondas cerebrais do paciente, para realizar certas tarefas”, afirma.

Uma vez que a técnica for aperfeiçoada, será necessário que os pacientes se submetam a uma incisão no crânio para utilizá-la, embora ainda não se saiba quantos eletrodos devem ser implantados. E o software tem de calibrar as ondas cerebrais de cada pessoa para a ação desejada, tais como movimentar um braço protético, explica o neurologista. “Esses pacientes teriam de usar um computador para interpretar suas próprias ondas cerebrais, mas esses dispositivos estão ficando tão pequenos que há uma possibilidade de que eles possam ser implantados no futuro”, ele diz.

“Achamos que nosso progresso, até agora, é muito encorajador”, declara Jerry Shih.

O estudo, que foi financiado pela Fundação Nacional de Ciência, está em andamento.

Para mais informações sobre tratamento de doenças vasculares cerebrais ou neurológicas na Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, contate o departamento de Serviços Internacionais pelo telefone 1-904-953-7000 ou envie um e-mail para intl.mcj@mayo.edu.

Sobre a Mayo Clinic

A Clínica Mayo é o primeiro e maior centro de medicina integrada do mundo. Médicos de todas as especialidades trabalham juntos no atendimento aos pacientes, unidos por um sistema e por uma filosofia comum, de que “as necessidades dos pacientes vêm em primeiro lugar”. Mais de 3.700 médicos, cientistas e pesquisadores, além de 50.100 profissionais de saúde de apoio, trabalham na Clínica Mayo, em Rochester (Minnesota), Jacksonville (Flórida) e Scottsdale/Phoenix (Arizona). Juntas, as três unidades tratam mais de meio milhão de pessoas por ano.

Para mais notícias sobre a Clínica Mayo, visite o site www.mayoclinic.org/news/.

O MayoClinic.com (www.mayoclinic.com) está disponível como fonte para reportagens da área de saúde.


Autor: Alana Rany Vasconcelos
Fonte: SPMJ Comunicações Ltda

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