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Internet informa pouco e errado sobre obesidade
 
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05/01/2010

Internet informa pouco e errado sobre obesidade

Quando o assunto é saúde e, em especial o tratamento farmacológico para obesidade, é imprescindível tomar cuidado com o que se lê nos sites

A internet é uma fonte de informações incorporada à vida de muita gente. Mas quando o assunto é saúde e, em especial o tratamento farmacológico para obesidade, é imprescindível tomar cuidado com o que se lê nos sites. O alerta é uma das conclusões da pesquisadora Emília Vitória da Silva, que defendeu tese de doutorado sobre o assunto na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília.

Emília avaliou a maneira como as informações sobre obesidade são apresentadas em uma amostra de 134 sites. A pesquisadora considerou aspectos como a identificação do autor e as referências bibliográficas. Em outra etapa, o conteúdo completo de 38 páginas da internet foi analisado. A amostra foi construída a partir de uma pesquisa realizada em motores de busca amplamente utilizados, o Google e o Altavista.

Ao analisar a apresentação das páginas, Emília observou se havia identificação do autor, da instituição responsável, data de elaboração do material e bibliografia. Foi atribuída uma pontuação a cada um desses itens, e o resultado deixou a desejar: somente 39% dos sites informam quem é o autor e 69% indicam qual é a instituição responsável. As referências bibliográficas aparecem em apenas 14% dos sítios.

O resultado é preocupante quando se considera que, cada vez mais, as pessoas recorrem à internet para obter informações sobre saúde. No Brasil, estima-se que 37% da população tenha acesso à rede de computadores regularmente, dos quais 32% procuram informações ou serviços de saúde. Nos Estados Unidos, oito em cada dez usuários buscam dados sobre o tema na internet e na União Européia o índice chega a 70%.

“A obesidade é um assunto que está em evidência e muitas pessoas acabam lançando mão de terapias pouco convencionais e não seguras para emagrecer”, diz Emília Vitória. “Um texto de saúde publicado na internet deve ter o mesmo rigor de um artigo, com identificação do autor e da instituição que está por trás da informação veiculada”, reforça a pesquisadora. O estudo também revelou que 68% dos 134 sites investigados tinham caráter comercial.

Conteúdo falho

Além dos problemas na apresentação, páginas avaliadas com mais profundidade por Emília continham erros de informação ou dados incompletos. Um exemplo são os sites que indicam a fluoxetina – medicamento usado em casos de depressão - para tratar obesidade. “A fluoxetina pode ser indicada como terapia adicional, mas somente quando a obesidade está associada à ansiedade”, alerta a pesquisadora.

Em outros casos, as páginas omitem informações sobre reações adversas e riscos inerentes à ingestão de determinadas substâncias. Uma delas, o tiratricol (droga semelhante a um hormônio produzido pela tireóide), pode provocar hipertireoidismo, problemas cardiovasculares, hipertensão e até infarto. A droga é proibida em vários países.

Emília defende que as sociedades médicas construam e mantenham sites que promovam o uso racional de medicamentos. Essa é uma maneira de neutralizar a força dos interesses comerciais amplamente difundidos na internet. “A rede pode ser um poderoso instrumento de educação e isso não deve ser relegado a um plano secundário”, diz a pesquisadora. “Existem sites, como o da Abeso, que são bons, com informações qualificadas”, indica ela, referindo-se ao site da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (www.abeso.org.br).
 


Autor: Marta Avancini
Fonte: Uol Ciência e Saúde

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