Pesquisadores de Londres avaliaram as associações entre o peso e a percepção corporal por 399 crianças do Reino Unido, com idades entre 7 e 9 anos. A percepção corporal foi avaliada através de uma escala visual baseada no IMC, e de descritores verbais como "muito magro" ou "muito gordo".

Foram observadas associações modestas entre o peso atual e a percepção corporal através dos métodos visual (r=0,43) e verbal (r=0,41), mas houve um viés de resposta consistentemente subestimadas. Através da escala visual 45% das crianças subestimaram o próprio tamanho corporal, sendo a subestimação significativamente maior (p<0,001) nos maiores IMCs.

A interação de grupo para sexo-peso demonstrou que as meninas com menor peso foram mais precisas do que os meninos, o que não aconteceu com as meninas de maior peso. Com a utilização da escala verbal, a maioria das crianças relatou que seu tamanho corporal era "compatível" em todos os grupos de peso (52-73%), sem diferenças entre os sexos.

A conclusão é que as crianças podem estimar seu peso corporal através de métodos visuais e verbais com algum grau de precisão, mas demonstram grande subestimação de seu peso, principalmente entre as garotas. Estes resultados sugerem que a subestimação do próprio peso é mais ampla do que se pensava, o que tem implicações na educação em saúde de escolares.

Fonte: Arch Dis Child. Volume 94, Number 12, 2009. Pages 944-949