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Testosterona e agressividade
 
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08/01/2010

Testosterona e agressividade

Estudo demonstra que não há relação

Novas evidências científicas refutam a ideia de que a testosterona causa agressividade, promove o egocentrismo e aumenta o comportamento de risco, conforme reportado anteriormente por diversas pesquisas. O estudo conjunto da Universidade de Zurique, Alemanha, e Royal Holloway de Londres, Inglaterra, com mais de uma centena de testes mostrou que o hormônio sexual, que tem uma péssima reputação, na verdade promove julgamentos práticos, principalmente se isso assegurar a saúde e integridade física da pessoa.

Normalmente a literatura científica, as artes e o conceito popularmente aceito atribui uma série de características agressivas a esse hormônio. As pesquisas até então pareciam confirmar isso: a castração de roedores, por exemplo, levava a uma redução do estinto combativo nesses animais. Inferia-se então, que nos humanos acontecia a mesma coisa, mas isso se provou falso graças a um estudo de Ernest Fehr, Christoph Eisenegger e Michael Naef.

“Queríamos verificar o quanto o testosterona influenciava no comportamento social”, diz Eisenegger, “nos concentramos então na questão: o que é verdade e o que é mito sobre tudo isso?”

Para o estudo, que foi publicado no periódico Nature, foi aplicado uma série de jogos de laboratório envolvendo dinheiro e negociação. Antes do jogo os pesquisadores administraram uma dose de testosterona em alguns dos participantes, enquanto outros foram tratados com placebo (medicação sem efeito). “Se a opinião geral estivesse certa, os indivíduos que participavam do experimento e que tinham níveis de testosterona mais alto deveriam ser mais agressivos, egocêntricos e mais arriscados em suas ações, independente das consequências negativas de suas ações”, explica Eisenegger.

Negociações mais justas

Os resultados do estudo, entretanto, negaram as afirmações. Aqueles com níveis maiores de testosterona acabaram se mostrando mais justos nas suas negociações do que os que haviam sido tratados com placebo, e reduzindo o risco de rejeição entre seus pares durante o jogo, ao mínimo.

“O preconceito que o testosterona somente causaria agressividade em humanos foi claramente refutado”, resume o Eisenegger. Ao contrário, os resultados sugerem que o hormônio aumenta a sensibilidade à percepção de status social. Nos animais com sistemas socias relativamente simples, esse aumento de percepção pode levar ao medo e portanto à agressividade.

“Em organizações sociais complexas, como as humanas, um comportamento positivo e não a agressividade, assegura o status social”, afirma Michael Naef. “A interelação entre testosterona e determinados ambientes, e não o testosterona isoladamente, pode causar comportamentos mais neutros ou agressivos”

Além disso o estudo mostrou que a crença popular de que pessoas que têm maiores níveis de testosterona pode influenciar, parcialmente, os comportamentos agressivos. Os indivíduos tratados com placebo e que sabiam do fato, se comportaram da maneira que normalmente se acredita: correram mais riscos.

É possível que essas pessoas se apoiaram no lugar comum, socialmente aceito, para legitimar suas ações. “Parece que o preconceito sobre esse hormônio tem efeito sobre o comportamento. Uma sociedade que acredita que as qualidades e boas maneiras sociais de uma pessoa é biologicamente determinada isso pode, de certa forma, legitimar determinadas ações, precisa ser estar atenta e repensar certas crenças de forma cética”, diz Naef.

O estudo deixa claro que a tanto fatores biológicos quanto fatores sociais é que guiam os comportamentos humanos, e é preciso estar atento a isso.


Autor: Imprensa
Fonte: O que eu tenho? com informações da University of Zurich

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