Menos invasiva, a nova intervenção cardíaca para idosos com problemas no coração é chamada de implante percutâneo da valva aórtica e substitui a cirurgia cardíaca convencional, além de ser muito mais rápida. O procedimento insere no paciente um stent revestido com pericárdio (membrana que reveste o coração por fora) em forma de válvula cardíaca introduzido pela artéria femoral em pacientes com obstrução calcificada da válvula aórtica. A anestesia é peridural ou somente com sedação local e dispensa circulação extracorpórea.
O procedimento é feito em pessoas com mais de 65 anos e capacidade funcional comprometida. O implante é indicado em casos de insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e pressão alta. De acordo com o médico da Cardiologia Intervencionista Marco Wainstein, a técnica está em sintonia com as novas perspectivas de vida com risco reduzido e recuperação mais rápida. “Nesta cirurgia se faz apenas uma punção na artéria femoral (semelhante a um cateterismo cardíaco simples), por onde foi introduzida a nova válvula, que ao chegar ao local do implante se expande e assume as funções da antiga válvula doente”, afirma. Estudos mostram que a mortalidade da doença não tratada é de até 50% em um ano.
Pacientes que apresentam risco cirúrgico se adaptam à nova técnica. Os dois pacientes que realizaram o procedimento têm mais 80 anos e tinham a válvula aórtica comprometida. “As duas cirurgias foram bem-sucedidas e os pacientes estavam acordados logo após o término do procedimento”, afirma. Além de Wainstein, participaram da cirurgia o cirurgião cardiovascular Orlando Wender e cardiologista alemão Eberhard Grube, médico que desenvolveu a técnica, além do cardiologista Enio Casagrande, responsável pela avaliação clínica dos pacientes.
Na troca valvar percutânea as incisões são mínimas (2 a 3 cm), o procedimento dura em média 90min e a alta se dá em um ou três dias. Mais informações: 51. 3314-3434.