Um estudo publicado na edição de novembro do British Medical Journal traz evidências que apoiam as intervenções na infância e os programas de desenvolvimento de jovens para reduzir a incidência de gravidezes indesejadas na adolescência. Segundo os pesquisadores, um programa que aborde as desvantagens sociais associadas à maternidade e à paternidade precoces pode ter um impacto significativo na redução da gravidez entre adolescentes.
Revisando dez estudos controlados e cinco estudos qualitativos – que foram avaliados por dois revisores independentes –, os pesquisadores observaram que os índices de gravidez na adolescência foram 39% menores entre indivíduos submetidos à intervenção do que entre aqueles que não receberam (RR 0,61).
Três temas principais relacionados à paternidade precoce surgiram a partir dos estudos qualitativos: descontentamento com a escola, baixo nível socioeconômico e infância infeliz; além de baixas expectativas futuras. A comparação desses fatores relacionados com a gravidez na adolescência com o conteúdo dos programas utilizados nos estudos controlados mostrou que tanto as intervenções precoces na infância quanto os programas de desenvolvimento na juventude são estratégias apropriadas para reduzir as gravidezes não desejadas na adolescência.
De acordo com os autores, os objetivos desses programas seriam "promover um maior vínculo escolar através de apoio didático, reduzir a infelicidade na infância através de aconselhamento e suporte social, e aumentar as aspirações através do desenvolvimento de carreiras e experiências profissionais". Os especialistas destacam, porém, que nenhuma dessas abordagens atinge diretamente os fatores sociais, comunitários e familiares que influenciam a paternidade precoce entre esses jovens.
Fonte: BMJ 2009;339:b4254