Bastam alguns segundos de descuido. Durante as brincadeiras, as crianças desconhecem os limites, e se os pais não estão atentos é grande a possibilidade de acontecer algum acidente. Segundo pesquisa feita pelo Ministério da Saúde, as quedas representam 50% dos atendimentos de urgência para pessoas de zero a 9 anos.

Dos quase 11 mil casos registrados em 84 unidades de urgência de 37 cidades entre setembro e outubro de 2007, mais de 5,5 mil foram ocasionados por queda. Dessas, 69% ocorreram dentro das residências, sendo 2,6 mil casos de crianças que caíram no mesmo nível, ou seja, tropeçaram, pisaram em falso ou se desequilibraram.

A cabeça é a parte mais atingida do corpo dos pequenos, segundo o levantamento. Foram mais de 2,4 mil ocorrências envolvendo o crânio, 1,7 mil os braços e 760 as pernas. Dentre as lesões mais frequentes estão os cortes, seguidos pelas contusões e pelas fraturas.

Em Santa Cruz do Sul o Centro de Atendimento Materno-Infantil (Cemai) registrou no mês de dezembro o atendimento de 127 casos de traumas em crianças, ocasionados por quedas. Do total, 35 foram localizados no crânio, 42 no braço, 15 no antebraço e 35 nas pernas.

Segundo a responsável pelo centro, Ana Maria Cabral, todos os dias ocorrem casos de pais que procuram o Cemai por causa de traumas ocasionados por acidentes relacionados a quedas. “A maioria é por descuido porque as crianças estão sujeitas às descobertas e nós temos que ficar de olho, sempre”, afirma. “Os pais precisam prestar mais atenção.”

Cuidados

• Nunca deixe a criança sozinha em cima de qualquer móvel

• Baixe o estrado e o colchão do berço assim que o bebê estiver sentando sem apoio. Não deixe travesseiros, brinquedos ou objetos soltos no berço, pois a criança vai utilizá-los como apoio para ficar de pé

• Não estimule o uso de andadores porque eles são perigosos, especialmente em casas com escadas

• Utilize todos os equipamentos – bebê-conforto, cadeirão, carrinho, assento para carro – com cinto de segurança corretamente afivelado

• Instale proteção nas escadas – em cima e em baixo –, redes ou grades nas janelas e travas de limitação de abertura nas janelas. Mantenha os portões trancados e o acesso restrito para a cozinha e a lavanderia

• Não mantenha móveis embaixo das janelas

• Adapte os pisos, deixe-os limpos, não encerados e secos, com os tapetes bem aderidos

• Prefira calçados com solas de borracha

• Desencoraje brincadeiras e jogos em varandas, decks, lajes e terraços