Entre mulheres com suspeita de isquemia miocárdica, o valor dos sintomas de depressão para a predição dos eventos cardiovasculares é variável de acordo com a gravidade da ansiedade, segundo pesquisa recentemente publicada na revista Psychosomatic Medicine. Estes resultados, de acordo com os autores, sugerem que a utilidade clínica das medidas de depressão pode ser melhorada através da utilização combinada com medidas de ansiedade.
Pesquisadores norte-americanos avaliaram os efeitos independentes e interativos da depressão e ansiedade como preditores de doença cardiovascular em uma amostra de 489 mulheres com suspeita de isquemia miocárdica. As participantes completaram o protocolo de avaliação basal, que incluiu angiografia coronariana, avaliação dos fatores de risco para doença cardiovascular, e medidas de sintomas de depressão e ansiedade através do Beck Depression Inventory (BDI) e do State Trait Anxiety Inventory (STAI). E foram acompanhadas por um período médio de 5,9 anos para a identificação da prevalência de acidente vascular encefálico, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca e morte por doença cardiovascular.
Setenta e cinco mulheres (15,3%) apresentaram algum evento de doença cardiovascular, das quais 18 foram óbitos atribuídos a causas cardiovasculares. Foi observado um efeito de interação significativo entre o BDI x STAI na predição de eventos cardiovasculares (p=0,02). E as análises de efeitos simples indicaram que a depressão foi um preditor significativo de eventos cardiovascular entre mulheres com alto nível de ansiedade (HR 0,99).
Fonte: Psychosomatic Medicine. Volume 71, Number 9, 2009. Pages 958-964