Um estudo recentemente publicado na revista especializada Sexually Transmitted Infections explicita a importância de se medir a estrutura de uma rede sexual para se calcular o risco de exposição a um parceiro infectado com doenças sexuais. Segundo os autores, aqueles que se encontram no centro da rede têm seis vezes maior chance de infecção.
Pesquisadores norte-americanos avaliaram redes sexuais populacionais a fim de identificar estruturas associadas com o risco de transmissão de doenças sexuais, e avaliaram o grau em que o uso desses dados auxilia no entendimento do risco de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Participaram 655 adolescentes afroamericanos de uma população urbana, que foram acompanhados longitudinalmente entre 2001 e 2002.
A posição na rede foi caracterizada por uma interação entre o número de parceiros e número de parceiros dos parceiros, resultando nas cinco posições seguintes: par confirmado, par não confirmado, periferia de um componente não pareado, componente central de uma rede fechada e componente de uma rede não fechada. O risco de DST entre esses grupos foi medido como uma infecção por gonorréia ou clamídia confirmada por laboratório.
Os resultados de regressão multivariada mostraram que estar no centro de uma rede sexual aumentou a chance de infecção em pelo menos seis vezes, em comparação com o par confirmado. Os indivíduos na periferia de um componente não pareado tiveram chance aproximadamente cinco vezes maior de se infectar do que aqueles em um casal confirmado, apesar de terem apenas um parceiro.
De acordo com os pesquisadores, apesar de a medida da posição na rede sexual através da utilização apenas das informações fornecidas pelos indivíduos ter levado a uma subestimação de duas vezes nas associações entre o risco de DST e a posição sexual, ela se mostrou útil na aferição do risco de infecção por doenças sexuais.
Fonte: Sex Transm Infect. Volume 85, Number 7, 2009. Pages 493-498.