As principais causas de morte e de sobrevida, em longo e curto prazo, não são piores entre os pacientes idosos sem cânceres hematológicos admitidos no CTI, e as principais causas de óbito foram insuficiência respiratória aguda e sepse, e não a malignidade por si só. Essa foi a conclusão de um estudo realizado em Taiwan com os pacientes admitidos no CTI do Hospital Memorial Mackay no período entre setembro de 2004 e setembro de 2007.
O objetivo do estudo foi avaliar as diferentes evoluções entre pacientes idosos e jovens (com menos de 65 anos) admitidos em um CTI com um quadro potencialmente fatal. Para isso, dos 1881 pacientes registrados no período, foram excluídos das análises aqueles com câncer em remissão por mais de cinco anos, permanência no CTI superior a 24 horas e admissão ao CTI para monitoramente pós-operatório de rotina, restando 85 pacientes divididos entre os dois grupos etários.
Os resultados indicaram que não houve significância no tempo de permanência no CTI (8,6 +/- 2,5 dias dos jovens, contra 11,7 +/- 2,6 dias dos idosos; p=0.09). E as razões mais comuns para admissão no CTI, em ambos os grupos, foram insuficiência respiratória aguda (50% nos jovens , e 61,2% nos idosos) e choque (41,7% vs 24,5%). Os idosos apresentaram significativamente mais sepse (p=0,002) e infecção sanguínea e intraperitoneal (p=0,003), recebendo ventilação mecânica convencional mais cedo (p=0,045) e menor administração de vasopressores (p=0,03).
Além disso, segundo os especialistas, os tempos de sobrevida hospitalar para ambos os grupos foram 36,3 +/- 16,3 dias para os jovens e 60,9 +/- 33,9 dias para os idosos (p=0,20), e os índices de sobrevida em um ano foram 2,8% e 12,2% (p=0,12), respectivamente. “Assim, a política de admissão no CTI não deveria excluir os pacientes com malignidades não-hematológicas simplesmente devido a questões de índice de sobrevida e expectativa de vida”, concluíram.
Fonte: Inter J Gerontology. Volume 3, Issue 4, Dec 2009. Pages 209-216.