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Implante de eletrodos no cérebro pode aliviar sintomas de Parkinson e depressão
 
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22/01/2010

Implante de eletrodos no cérebro pode aliviar sintomas de Parkinson e depressão

Chamado de neuroestimulação por eletrodos, o procedimento – minimamente invasivo

Uma técnica similar ao uso do marcapasso, em pacientes cardíacos, tem sido usada com sucesso para tratar doenças do sistema nervoso, como o mal de Parkinson, e até casos de depressão e outros transtornos psiquiátricos, quando os medicamentos não trazem resultados.

Chamado de neuroestimulação por eletrodos, o procedimento – minimamente invasivo - consiste em implantar um pequeno aparelho que envia estímulos elétricos à região do cérebro envolvida nos sintomas da doença. Apesar de ser realizado há mais de dez anos no exterior, o tratamento ainda é pouco difundido entre os brasileiros.

Segundo o neurocirurgião Cláudio Fernandes Corrêa, do Centro de Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho, que já realizou mais de 20 implantes do gênero, a técnica é segura e apresenta excelentes resultados, mas ainda é pouco conhecida entre pacientes e mesmo entre alguns médicos. “Estamos muito aquém de nossa capacidade de realizar este procedimento no Brasil”, relata.

De acordo com Corrêa, é extremamente comum que os pacientes com doenças degenerativas sejam encaminhados para fazer o implante somente quando a doença já está em estágio avançado, sendo que uma intervenção mais precoce pouparia sofrimento.

Atalício Morbeck Nascimento, de 64 anos, é um desses casos. Residente do interior da Bahia, ele foi encaminhado ao neurocirurgião depois de esgotadas todas as possibilidades farmacológicas. Seis meses após o implante, a evolução expressiva é comemorada pelo irmão, Edvaldo: “A melhora foi de 95%. Ele precisava de ajuda para andar, comer e tomar banho, por causa dos tremores e da rigidez muscular, e agora consegue fazer tudo sozinho”, testemunha. Apesar de ainda ter que fazer fisioterapia para corrigir dificuldades para falar, o paciente diz não sentir mais dores. Além disso, pôde abrir mão de metade dos remédios que tomava antes.

Depressão resistente

Embora a neuroestimulação por eletrodos já venha sendo utilizada em transtornos psiquiátricos refratários a remédios há alguns anos, o Brasil realizou apenas uma cirurgia desse tipo, até hoje, para depressão. “Não se pode dizer que todos os pacientes vão responder bem ao procedimento, mas é importante que haja a alternativa, uma vez que 20% dos casos são refratários a qualquer tratamento existente, como remédios, terapia e eletrochoque”, conta o médico.

O implante também tem se mostrado útil em pacientes com TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo), dores crônicas, dependência química, quando terapias não invasivas são inócuas.

Como é a cirurgia

A técnica consiste na inserção de um eletrodo no cérebro do paciente, no núcleo respectivo ao seu problema. No caso de doenças como o Parkinson, em que o objetivo da terapia é combater os movimentos involuntários, o procedimento é realizado com o paciente acordado – apenas com anestesia local – para que ele possa responder aos resultados esperados pela ativação correta no alvo do eletrodo.

O local a ser atingido é matematicamente calculado por um físico que atua dentro da sala de cirurgia, com a ajuda de um software especial que cruza as imagens de ressonância magnética do paciente com mapas científicos, que apontam com precisão a área exata a ser estimulada.

Uma vez confirmado o local, o eletrodo, então, é conectado a um gerador externo, semelhante a um marcapasso, inserido abaixo da clavícula, que emite estímulos de alta frequência. A modulação é feita apenas alguns dias depois, no consultório, por um aparelho de telemetria.

Como não há lesão de nenhuma estrutura, apenas estímulo, o método é totalmente reversível. O principal risco, embora pequeno, é de infecção no pós-operatório. “Nesse caso, é preciso tirar todo o material para tratar”, diz Corrêa. Outro problema possível, mas pouco frequente, é o rompimento de algum vaso durante a inserção do eletrodo. O risco é de aproximadamente 2% e, segundo o neurocirurgião, até hoje não foi registrada nenhuma morte associada ao procedimento.


Autor: Imprensa
Fonte: Uol Ciência e Saúde

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