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Desafio da Cardiologia
 
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25/01/2010

Desafio da Cardiologia

Insuficiência cardíaca só será suprida com coração artificial

Embora cientistas de todo o mundo já venham desenvolvendo corações artificiais para aumentar a sobrevida de pacientes que aguardam na fila de transplantes, somente a descoberta de um coração artificial de qualidade quase idêntica a do natural poderá suprir a demanda crescente pelo órgão. Para o cardiologista do hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, José Pedro da Silva, que esteve em Bauru ontem para receber uma homenagem, este é o principal desafio da cardiologia na atualidade.

O médico explica que a melhoria no tratamento de pessoas infartadas gerou um grande contingente de pacientes com insuficiência cardíaca. “Antes, quando a pessoa sofria um infarto, geralmente morria. Hoje, ela continua viva e perde somente uma parte das funções do coração. Como esse número de pacientes vem aumentando a cada ano, o transplante com o uso do órgão natural vai se transformar em uma gota no oceano”, acredita o médico, considerado uma das autoridades em cirurgia cardíaca no País.

Para Silva, a urgência em descobrir o coração artificial ideal não se dá em razão da indisponibilidade de doadores, mas sim pela ausência de boa logística para viabilizar a retirada e o transporte do coração de pessoas com morte cerebral diagnosticada. “Cerca de 70% das famílias concordam com a doação. E não há falta de doadores, porque jovens morrem todos os dias com a violência e o desrespeito às regras de trânsito. O que ocorre é que esses órgãos dificilmente conseguem chegar a quem precisa”, comenta, ressaltando que o coração de pessoas com idade mais avançada não podem ser utilizados para transplante.

Ele conta que os cerca de 200 transplantes realizados anualmente no Brasil poderiam chegar a 800, se as condições logísticas fossem melhor determinadas. No entanto, ele acredita que, no futuro, haverá redução da violência entre os jovens e, consequentemente, menor número de doadores.

“O ideal é que a pessoa possa ter uma bomba artificial no peito e viver sem problemas por muitos anos. Já conseguimos fazer com que pessoas ficassem por até quatro anos com um coração artificial, mas esse tempo ainda não é o ideal, se comparado à performance do coração natural”, comenta.

Pesquisa e tecnologia

Atualmente, o trabalho de Silva tem se voltado a cirurgias de recuperação de válvulas cardíacas e de cardiopatias congênitas complexas em crianças. No entanto, ele conta que chegou a se dedicar ao estudo para o desenvolvimento de um coração artificial definitivo.

Enquanto o aparelho não é aperfeiçoado, ele lembra que permanece o desafio de conseguir criar mecanismos para evitar a rejeição do órgão natural transplantado. “Por enquanto, o coração natural é o mais eficiente. A vida média dos pacientes depois da cirurgia é de 12 anos.”

De qualquer maneira, Silva aponta o desenvolvimento da tecnologia como um grande aliado da medicina, já que propiciou a melhoria das condições cirúrgicas de um órgão tão delicado como o coração. “Há 15 anos, as cirurgias cardíacas em geral tinham de ser feitas em 35 minutos. Agora, com utilização de certos compostos químicos que surgiram, é possível realizar cirurgias muito mais complexas, inclusive em crianças, e depois o coração volta a bater normalmente”, aponta.

Segundo o médico, nesse intervalo de tempo, a mortalidade pós-cirúrgica reduziu de 10% para 0,5%.


Autor: Tisa Moraes
Fonte: Jornal da Cidade de Bauru

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