O ministro da Saúde,
José Gomes Temporão , abriu oficialmente nesta segunda-feira (26), em Belém (PA), o III Fórum Mundial Social da Saúde. A atividade, inserida na 9ª edição do Fórum Social Mundial, é um espaço de debate voltado ao desenvolvimento e fortalecimento dos sistemas públicos de saúde. Na ocasião, o ministro anunciou a realização da 1ª Conferência Mundial de Sistemas Universais de Saúde e Seguridade Social. O encontro está previsto para ocorrer neste ano, no Brasil.
“A conferência será uma oportunidade de debatermos, ainda em 2009 e com a participação de gestores estrangeiros, o acesso integral à saúde, a defesa dos sistemas universais e a garantia de qualidade de vida, solidariedade e paz às populações”, afirmou o ministro. A expectativa é que cerca de 70 países participem do encontro para a discussão do desenvolvimento de sistemas universais de saúde. Durante a solenidade de abertura do Fórum Mundial de Saúde, os movimentos sociais também lançaram a campanha pelo reconhecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) como Patrimônio Social e Cultural da Humanidade, título concedido pela Unesco.
A candidatura foi lançada pela Central de Movimentos Populares (CMP) e o Conselho Nacional de Saúde, que receberam o apoio de movimentos sociais nacionais e estrangeiros, como a representação do Fórum Social Mundial da Saúde da Argentina, a organização Médicos do Mundo (Espanha) e o Movimento Saúde dos Povos (Nicarágua), coordenado por Maria Zuniga. "Temos que trabalhar para criar uma consciência na população sobre o direito à saúde. A saúde não é só ter um médico, remédios ou poder fazer uma consulta”, defendeu Zuniga. “O conceito de saúde é poder viver bem", acrescentou a representante da Nicarágua.
“Considero importante essa iniciativa dos movimentos sociais pelas características do modelo brasileiro de saúde pública”, comentou Temporão. “O SUS atende a população de forma indistinta, promovendo inclusão social e apresentando resultados que são uma verdadeira revolução silenciosa na atenção à saúde dos brasileiros”, disse.
ATENÇÃO BÁSICA – Nesse contexto, o ministro destacou as políticas públicas focadas na atenção básica, observando os impactos da Estratégia Saúde da Família na vida de 100 milhões de pessoas e o Programa Nacional de Imunizações (PNI). Segundo o ministro, essas ações são modelo de assistência primária à saúde e – assim como o Programa Nacional de DST/Aids – reconhecidas internacionalmente como modelos de atenção universal à saúde coletiva.
Temporão também lembrou o alcance de 95% de cobertura na vacinação contra a rubéola, o que representa 68 milhões de brasileiros imunizados. “Isso significa que estamos a caminho da erradicação da doença no país”, afirmou o ministro.
Também participaram da abertura do III Fórum Mundial Social da Saúde, o presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Paulo Gadelha; o prefeito de Belém, Duciomar Costa, e a secretária de saúde do estado do Pará, Laura Nazareth Rossetti, que representou a governadora Ana Júlia Carepa.
MOSTRA – Entre os próximos dias 27 e 31, a Política Nacional de Humanização (PNH) do Ministério da Saúde apresentará, durante o Fórum Social Mundial, a “Mostra Interativa HumanizaSUS, o SUS que dá certo”. A exposição é uma ação articulada entre o ministério e a Secretaria de Estado da Saúde (SESPA). Ela abrange vídeos, fotos, literatura de cordel, jogos eletrônicos e depoimentos de usuários e trabalhadores na saúde envolvidos com a humanização, além de apresentar aos participantes do FSM os princípios e diretrizes da PNH.
Com diferentes ambientes, a proposta é apresentar aos visitantes um novo modo de “fazer em saúde”, além da história dos 20 anos do SUS e cinco anos do HumanizaSUS. A Mostra HumanizaSUS traz ainda rodas de conversa e seção de vídeos. Lançada em Vitória (ES), em junho do ano passado, a exposição já visitou as cidades de Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE) e Teresina (PI). Para 2009, já estão na agenda as cidades de São Luiz (MA), São Paulo (SP), Imperatriz (PI), Rio de Janeiro e Petrópolis (RJ).
O HumanizaSUS é desenvolvido pelo Ministério da Saúde com o objetivo de efetivar os princípios do SUS no cotidiano das práticas de atenção e gestão, qualificando a saúde pública no Brasil e incentivando trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários.
