Além da tradicional distribuição de camisinhas (neste ano serão 60 mil), os foliões do Carnaval de Porto Alegre terão um novo serviço no combate à Aids: exame laboratorial para, em minutos, identificar a contaminação pelo vírus HIV.
O teste, disponibilizado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em parceria com o programa Nacional de DST/Aids, será realizado em uma estrutura de duas salas montada no Complexo Cultural do Porto Seco, dias 12, 13 e 20, das 19h30 até às 3h.
Segundo a coordenadora do Programa Municipal de DSTs/Aids da SMS, Mirian Weber, a iniciativa faz parte do programa Fique Sabendo, do Ministério da Saúde, e tem como objetivo possibilitar às pessoas infectadas acesso mais rápido aos tratamentos disponíveis, para reduzir as taxas de mortalidade. "Além de possibilitar o resgate de pessoas soropositivas que abandonaram o tratamento", afirma.
O teste rápido é realizado por meio de uma análise do sangue, retirado por um furo no dedo, como no teste de glicose. O resultado sai em apenas 30 minutos. Caso dê positivo, a pessoa receberá orientações e será encaminhada aos serviços de referência (centros de Saúde Vila dos Comerciários e IAPI), em que já terão consulta previamente agendada.
Segundo estimativas do Ministério da Saúde, cerca de 630 mil pessoas são portadoras do vírus HIV no País. Destas, 255 mil não conhecem sua condição sorológica porque nunca realizaram o exame. A testagem, portanto, é fundamental para que se tenha um conhecimento precoce das condições da pessoa infectada, e possa ser feito o tratamento adequado. Além disso, é importante para que mulheres grávidas soropositivas sejam identificadas, aumentando as chances do bebê nascer sem o vírus.
Perfil epidemiológico da capital
Em Porto Alegre, foram notificados em 1983 três casos de Aids em homens e nenhum em mulheres. No levantamento realizado em 2009, o total de homens contaminados com o vírus foi de 518 e mulheres 381. Apesar de o maior número de casos ser em homens, o sexo feminino vem sendo cada vez mais atingido, chegando a um percentual de 49,79% dos casos.